Investidor:s Segundo os dados da EPFR Global, as carteiras de renda fixa que mais sofreram foram aquelas que têm títulos em moeda forte, como o dólar norte-americano ou euro (Spencer Platt/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 10h45.
Londres - Investidores estrangeiros seguem retirando recursos dos mercados emergentes.
Levantamento semanal do Royal Bank of Scotland (RBS) produzido com dados da consultoria EPFR Global mostra que a posição estrangeira em fundos de renda fixa emergente diminuiu em US$ 2,5 bilhões na semana encerrada em 12 de junho, pior resultado desde outubro de 2011.
Em ações, a fuga foi maior ainda: US$ 6,4 bilhões. Ao todo, portanto, US$ 8,9 bilhões de investimentos estrangeiros deixaram os mercados emergentes em uma semana.
"Pela segunda semana consecutiva, investidores permaneceram temerosos com o futuro da política monetária nos Estados Unidos e a saída de recursos continuou em todos os segmentos do mercado emergente", diz o documento do RBS.
Na verdade, os dados da EPFR Global revelam aceleração nessa fuga dos mercados emergentes. Na renda fixa, por exemplo, a saída desta semana foi 66% maior quando comparada aos sete dias anteriores. No mercado acionário, a aceleração foi menos intensa: 16%.
Segundo os dados da EPFR Global, as carteiras de renda fixa que mais sofreram foram aquelas que têm títulos em moeda forte, como o dólar norte-americano ou euro.
Nesse caso, a saída de estrangeiros somou US$ 1,4 bilhão em uma semana. Nas carteiras com papéis em moeda local, o montante retirado foi de US$ 943 milhões. Também houve saída dos fundos que têm, na mesma carteira, ativos em moedas fortes e emergentes.
Em ações, a retirada de US$ 6,4 bilhões que estavam aplicados em fundos configuram o pior desempenho do setor desde dezembro de 2011. "Com não há sinais claros de reação desse mercado, esperamos que a tendência (de saída das ações) vá continuar por enquanto", diz o RBS no estudo semanal.
A saída de capitais estrangeiros dos países emergentes acontece em meio a um cenário de expectativa pela mudança da política monetária nos EUA. Com o crescimento da maior economia do planeta, cresce a aposta de que o Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), pode começar a retirar os estímulos e até elevar os juros no futuro.
Diante do cenário, investidores migram para os EUA para tentar garantir ganhos financeiros. Ao mesmo tempo, analistas dizem que também cresce a aversão aos emergentes por notícias negativas, como o crescimento mais fraco em países como a China e o Brasil ou ainda por problemas locais, como a perspectiva de rebaixamento do rating brasileiro.