Bolsa de São Paulo: por volta das 9h30, o Ibovespa futuro tinha leve alta de 0,10%, aos 52.350 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2013 às 09h25.
São Paulo - Após uma semana bastante agitada, que culminou em perdas de mais de 3% da Bovespa e levou o índice acionário à vista ao menor nível desde o início de setembro, o pregão desta segunda-feira, 11, deve ser marcado por um baixo volume de negócios e oscilações tênues, em razão do feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos e de um feriado público na França.
Os investidores digerem os dados econômicos divulgados na China durante o fim de semana, embora sigam atentos à reunião de líderes em Pequim, bem como aos próximos passos da política monetária norte-americana. Por volta das 9h30, o Ibovespa futuro tinha leve alta de 0,10%, aos 52.350 pontos.
Operadores observam que após vir abaixo do suporte gráfico em 51.850 pontos na última sexta-feira, 8, durante a sessão, a Bolsa ensaiou uma recuperação, conseguindo encerrar o pregão daquele dia acima dessa patamar e ainda no nível dos 52 mil pontos.
Para um profissional, essa tentativa de melhora pode ter continuidade hoje, embora de maneira mais tímida, uma vez que o feriado nos EUA tende a encurtar a liquidez.
Ainda assim, as Bolsas de Nova York abrem normalmente hoje, mas a recente pressão vendedora dos estrangeiros nas ações brasileiras pode ficar mais moderada. "Ainda deve ter um pouco mais de defesa", ressalta uma das fontes consultadas.
No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,07%, em dia de agenda econômica norte-americana esvaziada e que tem entre os destaques a audiência de confirmação de Janet Yellen para a presidência do Federal Reserve. No evento, podem surgir pistas sobre o início da redução do programa de compra de bônus pelo Banco Central dos EUA.
Outro operador lembra que nesta semana devem ocorrer os ajustes antes do vencimento de opções sobre ações, marcado para a segunda-feira, 18. Para ele, diante do feriado nacional na sexta-feira, 15, o jogo entre "comprados" e "vendidos" deve ser antecipado, com os investidores desfazendo suas posições ou rolando as estratégias.
Com isso, os papéis de Petrobras e Vale devem concentrar as atenções ao longo da semana. A mineradora também deve reagir a alguns dados bons sobre a economia da China, divulgados no fim de semana. Entre eles, a produção industrial subiu 10,3% em outubro, ante igual mês do ano passado, acima da previsão de +10,0%.
Além disso, a inflação no país emergente parece estar controlada, já que o índice de preços ao consumidor (CPI) avançou 3,2%, na mesma base de comparação, abaixo da estimativa de 3,3%.
Contudo, as atenções dos investidores estão voltadas para Pequim, onde acontece até a terça-feira, 12, a terceira plenária do Partido Comunista, que deve definir a agenda econômica do governo nos próximos anos.
Porém, o encontro está sendo cercado por um grande sigilo. Até o momento, houve poucas informações oficiais da reunião e é esperada uma declaração do PC chinês somente amanhã, ao final da reunião.
Para o Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depec) do Bradesco, o desempenho da economia chinesa em outubro sugere um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre mais forte que o esperado.
"A principal implicação desse cenário mais positivo é que esse ambiente de estabilização da economia deixará o governo mais confortável para avançar nas reformas", avalia a equipe comandada pelo economista Octavio de Barros.
Já a estatal petrolífera pode repercutir os preços inflados em contratos com a Odebrecht. Documentos sigilosos da companhia obtidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, revela que houve ágio em mais de 1.000% no contrato 6000.0062274.10.2 ainda em vigor, chamado de PAC SMS, que foi fechado na gestão de Sérgio Gabrielli e reduzido à metade na gestão Graça Foster.
Ainda sobre a Petrobras, os investidores devem reagir às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista a um jornal, para o qual afirmou que um mecanismo de correção dos valores dos combustíveis da companhia tem de ser muito bem elaborado para não servir de fator de correção automática de preços da economia - a chamada indexação.
É válido ressaltar que, por problemas de agenda, a reunião extraordinária do Conselho de Administração da Petrobras, que estava prevista para a última sexta-feira, foi remarcada para amanhã.