No X (ex-Twitter), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ironizou os rumores (Dado Galdieri/Acervo pessoal)
Repórter de Invest
Publicado em 20 de março de 2024 às 15h32.
Última atualização em 20 de março de 2024 às 15h53.
As últimas semanas têm sido agitadas para a Petrobras (PETR4) — e ao seu presidente, Jean Paul Prates. Desde que ele anunciou uma postura mais cautelosa em relação aos dividendos, e em seguida o excedente que poderia ir para pagamentos extraordinários ser colocado na reserva de capital, a companhia vem se desvalorizando e cada vez mais envolvida em rumores. O principal deles, e que vem de antes do capítulo dos dividendos, é de que o acionista controlador estaria próximo de demitir Prates.
No X (ex-Twitter), o presidente da Petrobras ironizou os rumores. Ele, que participa do maior evento global da indústria de petróleo e gás natural, a CeraWeek, em Houston (Estados Unidos), disse que somente hoje tomou conhecimento sobre o assunto e negou que possa deixar o comando da estatal. Segundo ele, devido à agenda cheia, e sem olhar o noticiário, soube apenas hoje que andaram “derrubando-o” por aqui. “Isso só me assegura que estou no caminho certo”, escreveu.
Trabalho intenso o dia todo em Houston com mais de 15 reuniões por dia, sem olhar o telefone, e agora soube que já andaram me “derrubando” no Brasil… isso só me assegura que estou no caminho certo. Faz parte! pic.twitter.com/YBWFbc9pTm
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) March 20, 2024
A principal polêmica em volta da Petrobras se refere ao excedente do lucro apurado no fim do ano fiscal de 2023. O montante de R$ 43 bilhões, que o mercado aguardava que pelo menos uma parte iria se materializar como dividendos extraordinários, foi destinado à reserva de capital. O anúncio veio junto com o balanço do quarto trimestre, divulgado na noite de 7 de março.
Em teleconferência com investidores e analistas, Prates afirmou que os nomes indicados pelo governo, acionista majoritário da estatal, foram unânimes em votar pela retenção total do montante. “Respeitamos a decisão soberana do Conselho, mas [o cenário] pode mudar. Essa novela continua, não acabou ainda, pois é uma questão de timing. O dividendo é para distribuição de qualquer forma”, disse.
Boatos de que Prates seria demitido da Petrobras têm como origem uma possível insatisfação vinda do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Há quem especule que o chefe da pasta não estaria contente com a condução da estatal e gostaria de ter um nome mais ligado a ele no comando. Mas nada é confirmado, inclusive Silveira tem negado a informação quando questionado.
O ministro classificou os rumores como “grande especulação”. Após uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto ao CEO da Petrobras, Silveira afirmou que também que a distribuição de dividendos da estatal não foi debatida. Segundo ele, a companhia avaliará o que fará com os recursos nos próximos dias.