O PBoC estabeleceu a taxa de paridade entre o yuan e o dólar foi estipulado em em 6,3969 yuans por dólar (AFP/Arquivos)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2015 às 07h34.
São Paulo - A estabilização do yuan, após as fortes perdas acumuladas pela moeda chinesa durante a maior parte da semana passada, continuou contribuindo para tranquilizar as bolsas asiáticas, que mais uma vez fecharam sem direção única e com variações relativamente moderadas nesta segunda-feira.
Para os negócios cambiais de hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) estabeleceu a taxa de paridade entre o yuan e o dólar em linha com o fechamento da sessão de sexta-feira, voltando a demonstrar que está disposto a permitir que a taxa de câmbio seja mais determinada pelas forças de mercado.
A taxa de paridade foi estipulada em 6,3969 yuans por dólar, ante o nível de 6,3918 yuans por dólar visto no fechamento de sexta. A moeda chinesa pode variar até 2% diariamente, para cima ou para baixo, em relação à taxa de referência.
A postura contida do PBoC ajudou a conter a volatilidade nos mercados asiáticos, que na semana passada reagiram negativamente à decisão de Pequim de desvalorizar o yuan de forma drástica após o fraco desempenho das exportações chinesas em julho.
Na China, o dia foi de ganhos moderados. O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, subiu 0,7%, a 3.993,67 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, também avançou 0,7%, a 2.327,49 pontos. De qualquer forma, o Xangai ainda continua 23% abaixo do pico atingido em meados de junho.
Na sexta-feira, o órgão regulador de valores mobiliários chinês declarou que a China Securities Finance Corp., empresa apoiada pelo governo que comprou ações durante a onda de liquidação que dominou as bolsas do gigante asiático no mês passado, não vai abandonar seu papel de estabilizar os mercados nos próximos anos.
Em outras partes da Ásia, o tom foi negativo. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuava 0,74% perto do horário de fechamento, enquanto no mercado taiwanês, o Taiex teve queda de 1,11%, a 8.213,42 pontos, e em Seul, o índice sul-coreano recuou 0,75%, a 1.968,52 pontos, após não operar na última sexta devido a um feriado nacional.
Com o recente drama do yuan perdendo força, muitos investidores voltam a se preocupar com quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá começar a elevar seus juros básicos das mínimas em que se encontram desde 2008, o que ajudou a renovar a pressão sobre as moedas asiáticas.
A estabilidade do yuan, vista hoje e na última sexta, gera especulação de que o Fed talvez anuncie sua primeira alta de juros já na reunião de política monetária de setembro.
Embora a última taxa de paridade do PBoC tenha levado algumas moedas asiáticas a se valorizarem no começo da sessão, várias delas reverteram a tendência nos negócios da tarde, considerando-se o horário local.
O ringgit malaio, por exemplo, se enfraqueceu 0,8%, a 4,111 ringgits por dólar, após atingir uma nova mínima em 17 anos na sexta. Já o won sul-coreano caiu 0,3%, a 1.181,70 wons por dólar, e o baht tailandês cedeu 0,2%, a 35,31 bahts por dólar, perto do menor patamar em seis anos.
Na Oceania, a bolsa australiana fechou em alta, apesar de continuar pressionada por ações de energia. O S&P/ASX 200, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, subiu 0,2%, a 5.367,70 pontos, reduzindo um pouco as perdas de 2,2% vistas na semana passada.