Subida da Bovespa foi brecada pela baixa dos papéis do Pão de Açúcar (Marcel Salim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 14h06.
São Paulo - O apetite por risco voltava às principais praças financeiras globais nesta terça-feira, após notícias de que líderes europeus estão avaliando uma segunda rodada de ajuda à Grécia, o que aliviava tensões sobre uma crise de dívida em alguns países da Europa.
No Brasil, o dólar caía à mínima em um mês, em dia de vencimento de contratos futuros. O Banco Central confirmou a realização de um leilão de swap cambial reverso, mas não vendeu nenhum dos contratos e anunciou outra operação, sob as mesmas condições. O resultado está previsto para as 15h.
A Bovespa acompanhava a discreta alta em Wall Street, mas tinha seu desempenho positivo brecado pela forte queda das ações do Grupo Pão de Açúcar .
A empresa se via às voltas com sócios em meio a possíveis negociações de fusão com o rival Carrefour às escondidas. O grupo varejista francês Casino , que divide o controle da companhia com a família Diniz, entrou com pedido de arbitragem internacional [ID:nN31289727].
A alta nos preços das matérias-primas, contudo, sustentava as blue chips Vale e Petrobras , amparando os ganhos do Ibovespa.
A pauta doméstica contou com a notícia de que a produção industrial brasileira recuou 2,1 por cento em abril ante março e 1,3 por cento na comparação com abril de 2010. Analistas previam leve alta, segundo pesquisa Reuters. Os dados do mês anterior, porém, foram revistos para cima.
Já a confiança industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou queda pelo quinto mês, de 1,2 por cento em maio. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria (Nuci) ficou estável em 84,4 por cento [ID:nN31281224].
Tais informações respaldavam queda nas projeções de juros futuros. Os contratos de os DIs mais longos recuavam, após dias de poucas oscilações nas taxas.
Já no mercado norte-americano de títulos, os rendimentos dos Treasuries tinham pequenas variações, após a queda na confiança do consumidor do país em maio ofuscar o otimismo gerado pelo noticiário europeu.
De modo geral, o tom positivo prevalecia nos mercados, por expectativas de que possa ser acertado um segundo plano de ajuda à Grécia, o que reduz o risco de uma reestruturação de dívida no curto prazo.
Autoridades da União Europeia (UE) se reuniram em Viena para estudarem um segundo pacote de resgate à Grécia, com um conjunto de medidas como opção, incluindo a rolagem de dívida e a ampliação dos vencimentos de bônus, disseram fontes.
Além disso, reportagem do Wall Street Journal informou que a Alemanha está considerando definir planos para uma reestruturação da dívida grega no curto prazo, em mais uma medida que poderia ajudar a superar o impasse sobre a necessidade de financiamento de Atenas.