Mercado imobiliário

Especialistas veem concentração dos fundos imobiliários

País deve passar por um movimento de concentração nos próximos anos, com queda na quantidade de fundos e aumento do patrimônio líquido


	Imóveis: atualmente, no Brasil, há em operação 104 fundos de investimento imobiliário, totalizando um patrimônio líquido de R$ 30 bilhões
 (EXAME)

Imóveis: atualmente, no Brasil, há em operação 104 fundos de investimento imobiliário, totalizando um patrimônio líquido de R$ 30 bilhões (EXAME)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 12h40.

São Paulo - A indústria de fundos imobiliários no Brasil deve passar por um movimento de concentração nos próximos anos, com queda na quantidade de fundos e aumento do patrimônio líquido, segundo o diretor da corretora XP Investimentos e coordenador da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário da BM&FBovespa, Rodrigo Machado.

Segundo o executivo, embora esse mercado viva a melhor fase de sua história em relação à indústria de economias maduras, como a americana, “ele ainda engatinha”. “Diria que os fundos imobiliários no Brasil estão na mesma fase que os americanos nos anos 1970”.

De acordo com ele, a consolidação será uma trajetória natural, com fundos maiores comprando ativos de fundos menores, ou até mesmo outros fundos. “Nos Estados Unidos, há menos fundos imobiliários do que no Brasil, mas a indústria americana é 30 a 40 vezes maior do que a brasileira”, explica.

Atualmente, no Brasil, há em operação 104 fundos de investimento imobiliário, totalizando um patrimônio líquido de R$ 30 bilhões. Só nos últimos 12 meses foram feitas 30 ofertas públicas iniciais de fundos, que captaram R$ 14 bilhões.

No ano passado, o valor de mercado total cresceu 88% e o número de investidores aumentou em 127%, chegando a 103 mil, sendo a maioria de pessoas físicas.

Atração de institucionais

Segundo Paulo Cirulli, gerente de produtos imobiliários da BM&FBovespa, os próximos passos do mercado de fundos imobiliários serão no sentido de atrair investidores institucionais.

De acordo com ele, o mercado debate atualmente a criação de derivativos das cotas de fundos, aumentando a sofisticação do mercado e, consequentemente, atraindo um público que ainda se mantém distante.

Para Cirulli, com a criação de instrumentos como ETFs (fundos de índices negociados em bolsa), contratos futuros e outros derivativos, uma das consequências será o aumento da liquidez no mercado secundário de fundos imobiliários.

A criação de ETFs de fundos imobiliários, de acordo com Cirulli, está em discussão e depende que, primeiro, seja estabelecida a regulamentação para a criação de ETFs de renda fixa em geral. Embora o tema já seja discutido entre o mercado, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e a Receita Federal, ainda não há data para que o debate passe à prática.

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