O banco Citi (Emmanuel Dunand/AFP)
O Citigroup reconheceu, nesta terça-feira (3), que o erro de um de seus traders provocou um "flash crash", uma queda abrupta e repentina, das Bolsas de Valores da Europa.
"Um de nossos traders cometeu um erro ao entrar em uma negociação. Em poucos minutos, identificamos o erro e o corrigimos", informou o Citigroup em comunicado.
O Citigroup não explicou que tipo de erro provocou o flash crash.
Saiba mais:
O Citigroup é um dos maiores bancos do mundo, com mais de 200 milhões de clientes.
O erro do trader provocou meia hora de pânico na segunda-feira (2), entre as 9h45 e as 10h15 no horário da Europa continental, e fez com que as bolsas do Velho Continente afundassem.
O colapso afetou principalmente os pregões de Estocolmo, Copenhague e Oslo, onde os índices caíram até 8%.
A Bolsa de Valores e Estocolmo já tinha declarado que não se tratava de um erro técnico do pregão ou de um ataque hacker vindo do exterior, como se temia originalmente, especialmente por causa das tensões com a Rússia.
"Está claro que a causa do colapso se deve a uma transação muito significativa de uma corretora", informou a Bolsa de Valores da capital da Suécia.
A Bolsa de Valores de Londres estava de fechada por um feriado local, e isso evitou que a maior praça financeira da Europa colapsasse também.
Mesmo se depois conseguiu recuperar do flash crash, a primeira sessão de maio terminou negativa.
As bolsas europeias estão sofrendo há semanas por causa das preocupações com a desaceleração econômica na China, o aumento da inflação e a iminente alta das taxas de juros que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE), estão prestes a anunciar.
Flash crash é um termo do mercado financeiro que indica um colapso repentino dos índices.
Foi usado pela primeira vez no dia 6 de maio de 2010, quando em Wall Street, entre as 14h42 e 15h07, o índice Dow Jones entrou em colapso, levando junto o Nasdaq.
Centenas de bilhões de dólares em valor de mercado de ações americanas viraram fumaça em 20 minutos, depois que um programa de computador acidentalmente desencadeou uma gigantesca venda em preços rebaixados.
O próprio Citigroup já passou por casos parecidos no passado.
O caso parecido mais recente ocorreu em agosto de 2020, quando os traders do Citigroup pagaram acidentalmente quase US$ 900 milhões aos detentores de títulos da dívida da Revlon, cliente do banco.
Em 2020, os reguladores do mercado financeiro americano ordenaram que o banco "limpasse" os sistemas informáticos projetados para proteger o banco e seus clientes, impondo uma multa de US$ 400 milhões.
Agora o Citigroup está investindo bilhões de dólares para transformar sua tecnologia, um custo que preocupa os investidores. Até pela clara evidência que esse gasto não evitou novos problemas com os traders da casa.