EQI pretende expandir o montante sob custódia para R$ 150 bilhões em cinco anos (EQI/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 6 de julho de 2023 às 18h53.
A EQI Investimentos realizou nesta quinta-feira, 6, um sonho que vem sendo alimentado desde 2020: obter a licença do Banco Central para se tornar uma corretora. E mal alcançado o objetivo, o CEO Juliano Custódio já vê um novo marco no horizonte. “O próximo passo é ser um banco de investimentos”, disse em entrevista à EXAME.
A nova fase deve ser alcançada nos próximos dois anos nas estimativas da casa. Na avalição do CEO, a EQI já tem, na prática, o que é preciso para ser considerado um banco de investimentos: a companhia estruturou uma área de crédito, outra de dívida e uma terceira de fusões e aquisições. “Agora é consolidar as estruturas”, avaliou.
No caminho para ser banco, a EQI também tem planos envolvendo seu novo status como corretora. Antes de obter a licença, a assessoria de investimentos já captava, em média, R$ 1 bilhão mensalmente – são R$ 23 bilhões atualmente sob custódia.
A EQI pretende aumentar a marca para R$ 34 bilhões ainda este ano, e expandindo o montante sob custódia para R$ 150 bilhões em cinco anos. Uma oferta pública inicial de ações (IPO) também está no radar da agora corretora.
A principal mudança paraa EQI é que, além da distribuição, a corretora está autorizada a originar e estruturar seus próprios produtos.
Para Custódio, o grande trunfo de atuar nas três frentes é a possibilidade de focar em um segmento escanteado pelo mercado: o de empresas de médio porte, conhecidas como middle market no jargão financeiro.
O crédito para companhias de médio porte normalmente é considerado mais arriscado, mas o CEO discorda dessa visão.
“Existem muitas empresas de middle market que tem balanços melhores que as gigantes. Queremos oferecer crédito para essa companhia. E como atrativo para o consumidor final, vamos ter produtos que os outros não tem”, defendeu.
Já para os assessores de investimento, a EQI prentende colocar em prática um plano que adiantou à EXAME em 2021: entrar na briga pelos escritórios. “Podemos oferecer algo diferente da concorrência que é o modelo de negócios. Funcionaria assim: ao invés de apenas se plugar em uma plataforma e fazer seu trabalho, o assessor receberia, na largada, uma estratégia de atuação já pronta.
A EQI pretende competir com os dois maiores players do mercado no segmento: seu sócio BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), e a XP Investimentos.