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Entre protestos e reabertura, para onde vai a bolsa em junho?

Os protestos, sobretudo nos EUA, vão puxar para baixo os índices, ou o otimismo com a reabertura seguirá levando as bolsas para cima?

Protesto na Carolina do Norte: Estados Unidos tiveram mais uma noite de protestos e conflitos (Jonathan Drake/Reuters)

Protesto na Carolina do Norte: Estados Unidos tiveram mais uma noite de protestos e conflitos (Jonathan Drake/Reuters)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 1 de junho de 2020 às 06h59.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 09h46.

Para onde vão as bolsas em junho? Esta é a grande pergunta de analistas e investidores após um fim de semana de tensão nos Estados Unidos e no Brasil. Os protestos, sobretudo nos EUA, vão puxar para baixo os índices, ou o otimismo com a reabertura seguirá puxando as bolsas para cima? O Ibovespa fechou maio em alta de 8,57%, o melhor resultado para o mês desde 2009.

Ontem, o Brasil teve uma tarde de manifestações contra e a favor do governo, que terminaram em conflitos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os Estados Unidos tiveram mais uma noite de protestos violentes entre manifestantes e policiais, em decorrência da reação ao assassinato do segurança negro George Floyd por um policial branco, há uma semana. Um caminhão dirigiu contra manifestantes em Mineápolis e houve confrontos contra policiais em Boston e Washington.

 

O presidente americano Donald Trump deu mais um passo para insuflar as manifestações ao afirmar que vai designar os Antifas, organizações antinazistas que lideram as marchas em muitas cidades, como grupos terroristas. Seus assessores vêm tentando convencer o presidente a não enviar o exército para conter os protestos, e a adotar um discurso conciliatório.

Os protestos vão continuar pela segunda semana? E como vai avançar o processo contra o policial Derek Chauvin, que responde por homicídio triplamente qualificado? São perguntas a ser respondidas nos próximos dias. Outra dúvida em aberto é como vão avançar as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, que acontecem em meio a uma crescente pressão chinesa sobre Hong Kong. E como será a reação à decisão de Trump de cortar laços com a Organização Mundial da Saúde, anunciada na sexta-feira?

No Brasil, as disputas políticas também devem dominar o noticiário, com Jair Bolsonaro intensificando a relação com o Centrão, enquanto avançam investigações contra financiamento de fake news por apoiadores do governo. Ontem, o presidente mais uma vez participou de manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. E o decano do Supremo, Celso de Mello, alertou que o presidente quer implantar uma “abjeta ditadura”.

Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research, afirma que em junho investidores devem analisar com lupa a velocidade de retoma das economias mundo afora, assim como o impacto de pacotes de estímulo econômico. A possibilidade de uma segunda onda de contágio, segundo Lima, também deve dar o tom das bolsas nas próximas semanas. O índice americano S&P, destaca, já está apenas 10% abaixo das máximas históricas com as altas das últimas semanas. “Os preços voltaram muito rápido, e investidores vão querer entender se esse movimento faz sentido”, afirma Lima.

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