Mercados

O que é e como funciona o bitcoin

Veja como funciona a moeda digital criada há mais de nove anos, que atrai cada vez mais a atenção de investidores

Bitcoin: moeda é totalmente virtual (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Bitcoin: moeda é totalmente virtual (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 13 de junho de 2017 às 15h47.

Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 09h12.

A bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe fisicamente, é totalmente virtual.

O outro motivo é que sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.

No processo de nascimento de uma bitcoin, chamado de “mineração”, os computadores conectados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos. Quem ganha, recebe um bloco da moeda.

O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades até o ano de 2140.

Esse limite foi estabelecido pelo criador da moeda, um desenvolvedor misterioso chamado Satoshi Nakamoto -- que, até hoje, nunca teve a identidade comprovada. 

De tempos em tempos, o valor da recompensa dos “mineiros” também é reduzido. Quando a moeda foi criada, em 2009, qualquer pessoa com o software poderia “minerar”, desde que estivesse disposta a deixar o computador ligado por dias e noites. 

Com o aumento do número de interessados, a tarefa de fabricar bitcoins ficou apenas com quem tinha super máquinas. A disputa aumentou tanto que surgiram até computadores com hardware dedicado à tarefa, como o Avalon ASIC.

Além da mineração, é possível possuir bitcoins comprando unidades em corretoras específicas ou aceitando a criptmoeda ao vender coisas.

As moedas virtuais são guardadas em uma espécie de carteira, criada quando o usuário se cadastra no software.

Depois do cadastro, a pessoa recebe um código com letras e números, chamado de “endereço”, utilizado nas transações. Quando ela quiser comprar um jogo, por exemplo, deve fornecer ao vendedor o tal endereço. As identidades do comprador e do vendedor são mantidas no anonimato, mas a transação fica registrada no sistema de forma pública. A compra não pode ser desfeita.

Com bitcoins, é possível contratar serviços ou adquirir coisas no mundo todo. O número de empresas que a aceitam ainda é pequeno, mas vários países, como a Rússia se movimentam no sentido de “regular” a moeda. 

Por outro lado, países como a China fecham o cerco das criptomoedas, ordenando o fechamento de várias plataformas de câmbio e proibindo a prática conhecida como ICO (initial coin offerings), uma espécie de abertura de capital na bolsa, mas feita com criptomoedas (entenda melhor).

Nos Estados Unidos, a regulamentação das moedas digitais ainda é debatida.

Em dezembro do ano passado, começaram a ser negociados  por lá contratos futuros da moeda. Nesse tipo de contato, o  investidor se compromete a comprar ou vender um ativo por um determinado valor em uma data futura, com o objetivo de se proteger de oscilações de preços ou mesmo de especular. As negociações são feitas em bolsas específicas. 


O valor da bitcoin segue as regras de mercado, ou seja, quanto maior a demanda, maior a cotação. Historicamente, a moeda virtual apresenta alta volatilidade. Em 2014, sofreu uma forte desvalorização, mas retomou sua popularidade nos anos seguintes.

No ano passado, o interesse pela bitcoin explodiu e a moeda passou a ser um dos investimentos mais comentados do planeta. Em 2017, a moeda digital valorizou 1400% e atingiu a maior cotação da história: 19,3 mil dólares.

Os entusiastas da moeda dizem que o movimento de alta deve continuar com o interesse de novos adeptos e a maior aceitação. Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha -- semelhante à Bolha das Tulipas, do século XVII -- que em algum momento deve estourar.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasMercado sem mistérioMoedas

Mais de Mercados

Recessão pode ser possível resultado das tarifas de Trump, diz CEO do JPMorgan

Negociações do Tesouro Direto são suspensas diante de guerra comercial entre EUA e China

Dos iPhones aos cabides: o desafio dos EUA para deixar de importar da China

Ibovespa vira para alta em dia volátil com retaliações da China e da União Europeia aos EUA