Empire State Building: operação é chamativa pelo simbolismo do arranha-céu de 102 andares e 443 metros e é uma das principais atrações turísticas de Nova York (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 18h01.
Nova York - A estreia na Bolsa de Valores da empresa proprietária do Empire State Building tornou possível, a partir desta quarta-feira, que qualquer pessoa possa ser dono de uma parte, embora pequena, do mítico arranha-céus de Nova York por pouco mais de US$ 13.
A chegada da Empire State Realty Trust (ESRT) em Wall Street marchava de forma moderadamente tranquila e os títulos subiam 1,54% uma hora antes do fechamento do pregão, apesar de terem chegado a subir quase 3,5% logo após iniciar suas contratações.
A ESRT emitiu 71,5 milhões de ações a US$ 13, um número que finalmente se situou na parte baixa do arco de entre US$ 13 e US$ 15 que a companhia demarcou há várias semanas.
A companhia esperava obter US$ 930 milhões, número que se reduziu a US$ 754,4 milhões após descontar comissões e despesas derivadas da emissão.
Por tudo isso, esta IPO (oferta inicial de ações) não tem grande importância financeira quanto a volume absoluto, apesar de se tratar de uma das maiores estreias na bolsa de um fundo de investimento em bens imobiliários (ou REIT, na sigla em inglês).
A operação é chamativa principalmente pelo simbolismo do arranha-céu de 102 andares e 443 metros, que foi até 1973 o edifício mais alto do mundo e é uma das principais atrações turísticas de Nova York.
Um visitante deve pagar US$ 44 para subir até o observatório do 102º andar (US$ 27 para subir até o terraço do 86º), o que significa que hoje era mais barato ser dono de um pequeno pedaço do arranha-céu que visitá-lo por um momento.
A ESRT possui um total de 19 edifícios de escritórios e comerciais nos estados de Nova York e Connecticut, mas o que a separa de outras companhias similares é, precisamente, o Empire State, que em 2012 recebeu um total de 4,2 milhões de visitantes, o que gerou somente por isso uma receita de US$ 92 milhões.
Isso à parte do que arrecada com o aluguel dos 250 mil metros quadrados de escritórios que abriga o imenso edifício, assim como por todo tipo de eventos que são organizados no arranha-céu, uma das construções mais famosas de todo o mundo.
A pasta de propriedades da companhia totaliza 548 mil metros quadrados, com um índice de ocupação de 84%.
A estreia na bolsa aconteceu depois que a ESRT rejeitou nos últimos meses várias ofertas de compra do arranha-céu e após anos de disputas entre a família Malkin, que controla o edifício, e alguns dos pequenos investidores coproprietários do Empire State que se opunham ao plano.
No final de maio, a grande maioria dos pequenos investidores que se agrupou em 1961 para comprar o arranha-céu deu seu sinal verde à chegada na bolsa.
A estreia da ESRT coincidiu com a de uma das maiores imobiliárias dos Estados Unidos e em nível mundial, a Re/Max, que emitiu ações por US$ 220 milhões e que hoje mesmo começaram a ser cotadas, com aumentos de cerca de 20%, no que parece ser uma aposta pela definitiva cura do mercado imobiliário americano após a bolha da década passada.