Centro de atendimento da Contax, no Rio (Eduardo Monteiro/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2011 às 16h58.
São Paulo – As ações da Contax, empresa de call center do grupo Oi, apresentam grande potencial de valorização e estão sendo negociadas com múltiplos atrativos, avalia a equipe de pesquisa do BanifInvest, que manteve a recomendação de compra para os papéis preferenciais da companhia (CTAX4), mas que reduziu o preço-alvo estimado para o final de 2012.
Em relatório, o analista Alex Pardellas destacou o forte potencial de expansão do setor de call centers do Brasil e previu que a Contax deverá se beneficiar da mudança de suas operações para a região Nordeste, já que “o custo de mão de obra e a rotatividade de funcionários são menores do que no Sudeste”, explica.
Atualmente, 45% das operações da companhia já estão no Nordeste. A empresa deseja ter 100% naquela região. Como no primeiro semestre de 2011 os custos com mão de obra representaram 75% das despesas totais da Contax, a perspectiva é de que a mudança gere resultados positivos.
Além disso, a companhia enfrenta o desafio de incorporar a Allus e de gerar sinergias após a compra da Dedic. A projeção é de que a receita líquida da Contax aumente em torno de 1 bilhão de reais por ano com a compra das duas empresas. A análise de Pardellas ainda leva em conta a emissão de 4,9 milhões de ações, além de pagamento de 100 milhões de reais em dividendos aos acionistas.
É importante lembrar que, no acumulado do ano, as ações da Contax registram queda de 42,41%, enquanto o Ibovespa – principal índice do mercado brasileiro – totaliza uma perda de 28,33%. Na visão do BanifInvest, os papéis da Contax são atualmente negociados com um “múltiplo atrativo” de 22,1 vezes o preço sobre o lucro (P/L) estimado para 2011.
Margens
O BanifInvest estabeleceu um preço-alvo de 39 reais para cada ação preferencial da Contax até o final de 2012. O novo valor é inferior aos 48 reais estimados anteriormente, mas ainda representa um potencial de alta de 124,78% frente à cotação de 17,35 reais vista no fechamento do pregão de ontem.
Em sua análise, Pardellas explica que “uma das principais razões para a queda do preço-alvo foi a redução da margem Ebitda projetada para os próximos anos”. Segundo ele, as pressões exercidas pelos gastos com mão de obra deverão persistir no curto prazo por conta da baixa taxa de desemprego no Brasil, o que prejudica as margens da Contax.
O BanifInvest prevê que este cenário não irá se modificar até 2012, uma vez que o governo brasileiro planeja reajustar o salário mínimo entre 13% e 14%. “A empresa [Contax] está negociando com seus clientes os reajustes nos contratos, incluindo os ajustes salariais, mas tem encontrado resistência considerável”, destaca Pardellas. Desta forma, as margens poderão seguir pressionadas no próximo ano, conclui.