Logo da Moody's: apesar da redução, os níveis gerais da emissão na América Latina permaneceram fortes (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2014 às 12h41.
São Paulo - A emissão de bônus com altos rendimentos de corporações não financeiras na América Latina caiu 25% nos primeiros nove meses do ano diante da expectativa de alta nas taxas de juros, informou a agência de medição de riscos Moody's nesta terça-feira em São Paulo.
De janeiro a setembro os investidores buscaram bônus de menor risco, antecipando a alta das taxas de juros nos Estados Unidos, mas a diminuição da oferta também refletiu as menores necessidades de refinanciamento na América Latina, apontou o relatório da Moody's Investors Service.
Entre 2010 e meados de 2013 a região atraiu um grande fluxo de capital, mas, de acordo com o relatório, o panorama para as companhias de alto rendimento varia segundo as condições políticas e econômicas de cada país.
"As companhias utilizaram esta janela de oportunidade para melhorar seus perfis de vencimento de dívida e reduzir suas necessidades de refinanciamento de curto prazo", comentou no relatório Cristiane Spercel, analista sênior de finanças da agência.
Spercel assinalou, por exemplo, que "o menor crescimento e o sentimento negativo dos investidores no Brasil e na Argentina provocaram uma queda mais marcante das emissões, enquanto os perfis de crédito fortalecidos de México, Peru e Colômbia atraíram mais interesse dos investidores estrangeiros".
Para a agência, os mercados de bônus poderão absorver as necessidades de refinanciamento de curto prazo na região até 2016, mas as maiores preocupações de liquidez e volatilidade de divisas poderiam contribuir para uma "re-apreciação" do risco de crédito.
Apesar da redução significativa de oferta de bônus de alto rendimento, os níveis gerais da emissão na América Latina permaneceram fortes em 2014, com um aumento de 2% entre janeiro e setembro em relação ao mesmo período de 2013, indicou o relatório.