Desde a última segunda-feira, as ações da Embraer acumulam uma desvalorização de 11% (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 14h22.
São Paulo – Após frustrar o mercado com um balanço abaixo das expectativas, a Embraer (EMBR3) via suas ações negociarem entre as maiores quedas do Ibovespa. Na mínima desta quinta-feira, a desvalorização dos papéis era de 5,13%, com ações negociadas a 15,67 reais.
A fabricante de aviões encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de 122,2 milhões de reais, uma queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado - quando a empresa lucrou 132,9 milhões.
“O destaque negativo do terceiro trimestre ficou para a composição do total de entregas que veio mais focada em aviões executivos e com queda nas aeronaves comerciais que são aviões com melhor margem para a empresa”, lembra o analista Ricardo Correa, da Ativa Corretora.
A equipe de analise do Citi afirma que continua cautelosa com a Embraer. “A carteira total de pedidos firmes da empresa está bem atrás daquelas das demais empresas globais do setor em termos de tamanho e de diversidade, e o EBITDA da Embraer vem caindo enquanto o das concorrentes vem aumentando. Esses fatores justificam um desconto sobre o múltiplo de Valor da Empresa/carteira de pedidos, em relação ao múltiplo do setor, mas a ação está sendo negociada com um prêmio”, conclui o relatório. A recomendação é classificada em “vender”.
Semana de turbulências
Desde a última segunda-feira, as ações da Embraer acumulam uma desvalorização de 11%. A companhia aérea norte-americana JetBlue anunciou na terça-feira que adiará o recebimento de 24 aviões da Embraer para entre 2020 e 2022, ante cronograma anterior de 2014 a 2018, derrubando as ações da fabricante brasileira de jatos.
Em comunicado sobre a reestruturação de sua frota, a JetBlue disse que, embora a aeronave regional Embraer 190 --de 100 passageiros-- seja crítica para o sucesso da empresa aérea em Boston e San Juan, nos Estados Unidos, "estamos agora em um ponto onde o crescimento de nossa rede demanda aviões maiores".
Ao mesmo tempo em que postergou o recebimento de jatos da Embraer, a JetBlue converteu 18 posições de compra de aviões A320 para o modelo A321, da Airbus, para equacionar melhor a oferta e a demanda em mercados-chave e reduzir custos. Além disso, a JetBlue fez uma encomenda adicional de 15 unidades do A321 e de outras 20 aeronaves A321neo. As ações da Embraer chegaram a cair 4% naquele pregão.
Em 2013, os papéis da companhia registram uma valorização de 9,5%.