Hapvida: ações acumulam queda na bolsa (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 3 de abril de 2023 às 08h19.
Última atualização em 3 de abril de 2023 às 08h23.
A Hapvida anunciou uma oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) de até R$ 1,035 bilhão, considerando a cotação do último fechamento, de R$ 2,62. Serão ofertadas inicialmente 329,34 milhões de ações, podendo a quantidade ser acrescida em 20%.
O prazo para reserva inicia nesta segunda e vai até o próximo dia 12. Acionistas da companhia terão direito à oferta prioritária, com prazo de subscrição até o dia 11. Quantias remanescentes serão destinadas exclusivamente a investidores profissionais.
O follow-on havia sido sondado pela companhia ainda na semana passada. Na ocasião, a empresa informou que, caso confirmada oferta, a Família Pinheiro (controladora do negócio) se comprometeria em subscrever R$ 360 milhões em ações a serem emitidas.
A "expressiva" participação da Família Pinheiro no follow-on, segudo a empresa, "demonstra o comprometimento da companhia e a convicção dos controladores e atuais administradores da Hapvida na resiliência do seu modelo de negócios". "Essa postura da administração evidencia, também, sua visão conservadora em relação à liquidez e endividamento da companhia", afirmou a Hapvida.
O follow-on foi anunciado em meio à forte desvalorização da Hapvida na bolsa. Os papéis da empresa de saúde acumulam cerca de 78% de queda nos últimos 12 meses. Entre os motivos, além do momento negativo da renda variável, estão as preocupações com sua posição em caixa.
As projeções do Goldman Sachs apontavam para um consumo de caixa de R$ 1,6 bilhão na Hapvida neste ano, o que reduziria sua posição para R$ 1 bilhão. Analistas do banco, agora, consideram que a empresa termine o ano com R$ 3 bilhões em caixa, caso o follow-on e a venda de 10 imóveis à Família Pinheiro anunciado na semana anterior se concretizem.
"[A oferta e a venda de imóveis] mitigariam um dos principais riscos da Hapvida, se concluídas", afirmaram analistas do Goldman Sachs em relatório.
A venda dos imóveis, sozinha, deverá levar R$ 1,25 bilhão aos cofres da Hapvida. Os recursos, somados ao do follow-on, deverá "fornecer estabilidade financeira em um ano volátil" para o setor, segundo o Goldman Sachs.