TIM: Conseguimos alcançar e superar as metas do plano trienal de 2022 –2024, diz Griselli, CEO da companhia (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 21h24.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2023 às 21h28.
Na TIM Brasil (TIMS3) há mais motivos para acreditar em um 2023 de crescimento do que o contrário. A compra de parte dos ativos móveis da Oi e os investimentos recentes nas frequências 5G deixaram a companhia confiante na retenção de clientes e expansão da base. Com o bom momento de pano de fundo, a empresa está anunciando novas projeções - bastante otimistas - para o triênio 2023-2025.
Para 2023 a 2025, a expectativa da TIM é de que sua geração de caixa cresça a duplo dígito, enquanto o investimento deve ficar menor, passando de R$ 14 bilhões para R$ 13,3 bilhões. A receita de serviço deve crescer um dígito alto no curto prazo e um dígito médio ao longo do período, superando a inflação. Por fim, a perspectiva é de que a distribuição de dividendos cresça de R$ 2 bilhões para R$ 2,3 bilhões.
"É um aumento muito mais do momento da TIM. Conseguimos alcançar e superar as metas do plano trienal de 2022 –2024 e estamos com geração de caixa positiva há anos", argumenta Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, em entrevista à EXAME Invest.
Até a conclusão da compra de ativos da Oi, a TIM tinha o menor espectro versus os competidores, Vivo e Claro. Agora, a companhia aumenta seu espectro e supera o mercado, conta Griselli. "Já vimos ganhos ano passado e vai ser mais visível neste ano porque temos eficiência de investimento e mais qualidade de atendimento", diz ele.
Com a menor necessidade de aplicar recursos para crescer, a companhia conseguiu antecipar para 2023 a projeção de que o capex (investimento) fique abaixo de 20% da receita.
O outro benefício da aquisição da Oi que vai se refletir ao longo desse período nos números que a companhia pretende obter tem a ver com com a margem de contribuição dos clientes da Oi. "De fato compramos margem de contribuição. Isso melhora nossa rentabilidade. O Ebitda do próximo ano vai expandir duplo dígito e já somos líderes de Ebitda na América Latina."
Esse contexto vai ser importante para a empresa de telecomunicações em 2023. Com inflação ainda em patamar elevado e juros a 13,75%, todos os negócios ficam pressionados: custos aumentam enquanto a demanda do consumidor também é afetada.
Um dos efeitos sentidos do lado da demanda é especialmente na base de clientes pré-pago, que têm menor poder aquisitivo. Ainda assim, em 2022, a companhia registrou um aumento de 21,3% nas linhas dessa modalidade e de 19,4% no pós-pago. No ano, a companhia registrou queda de 43,5% no lucro líquido contábil, a R$ 1,67 bilhão, por causa da compra da Oi. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 17% se considerados ajustes, para R$ 10 bilhões.
O outro efeito está ligado à inadimplência. "Mas temos o melhor indicador do índice de inadimplência", argumenta o executivo, "resultado da estratégia de volume para valor e melhora operacional da curva de cobrança". Segundo ele, o porquê disso tem várias respostas. A primeira é que o serviço hoje é mais essencial que antes da pandemia. A segunda está em servir de forma coerente os clientes.
Do ponto de vista de custo, Griselli admite que há pressão, mas pondera que a empresa tem "muitas alavancas", como os canais digitais e mesmo o aumento de estrutura proveniente da aquisição e dos investimentos feitos ao longo de 2022.
Agora, Griselli, que está deixando o cargo de diretor financeiro que ocupou interinamente, diz que 2023 começou "relativamente em linha com 2022", sem sinais de deterioração. No mundo mobile, a demanda é muito relacionada ao uso, o que ele acredita que favorece a companhia que está agora com mais espectro para atender aos clientes. "Na banda larga somos pequenos e temos mais a ganhar e no B2B vemos demanda sólida em novas tecnologia 4G e 5G", acrescenta.
A direção financeira da TIM Brasil vai ficar a cargo de Andrea Viegas Marques, que ocupava o cargo interinamente. Viegas está há 17 anos na TIM e era diretora de Planejamento e Controle.