Mercados

Em mês histórico, Bolsa fecha em queda de 4% e JBS lidera perdas

O principal índice da Bolsa desabou impactada pelas delações da JBS; confira as principais queda no mês

Bolsa: Ibovespa registra queda de mais de 4% no mês de maio (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Bolsa: Ibovespa registra queda de mais de 4% no mês de maio (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 31 de maio de 2017 às 17h32.

São Paulo - O mês de maio entrou para a história do mercado acionário brasileiro. No dia 18 de maio, o principal índice da Bolsa teve seus negócios interrompidos pelo mecanismo de circuit breaker após desabar mais de 10% no início do pregão.

O pânico no mercado ocorreu após o jornal O Globo publicar que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou o presidente Michel Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

Antes das delações da JBS, os investidores seguiam otimistas acreditando na aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária. Na época, a expectativa era que o Ibovespa alcançasse os 70 mil pontos. Com a crise política que se instaurou no país, em maio, o índice fechou bem abaixo, com 62.711 pontos e uma queda de 4,12%.

Entre os papéis que configuram o índice, o destaque negativo de maio foi a JBS, que fechou o mês com queda de 21,56%, sendo negociado a 8 reais.

Os investidores da companhia viveram fortes emoções com as oscilações das ações. No dia em que a Bolsa parou por meia hora, os papéis da JBS chegaram a cair mais de 31% e a companhia perdeu em apenas um dia 7,4 bilhões de reais em valor de mercado.

A companhia também está sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários. Desde o dia 18 de maio, a CVM instaurou oito processos administrativos envolvendo a companhia. Um dos inquéritos administrativos está relacionado à atuação da companhia no mercado de dólar futuro.

No decorrer dos dias, as ações da JBS tentaram uma recuperação. Hoje, as ações fecharam em alta de  9,05% após o acordo de leniência de 10,3 bilhões de reais com o Ministério Público Federal para serem pagos em 25 anos.

Desinvestimento e aposentadoria

Outro destaque negativo do mês foram as ações da Eletrobras. Os papéis preferenciais registraram queda de 21,15% no mês, enquanto os ordinários, caíram 18,60%.

A estatal que já anunciou um plano de desinvestimentos contratou o BTG Pactual para prestar serviços de consultoria especializada.

O plano da Eletrobras é vender fatias em ativos de geração e transmissão de eletricidade para levantar até 4,6 bilhões de reais, que serão utilizados para pagamento de dívidas.

Além disso, a companhia anunciou neste mês que lançou um plano de aposentadoria para até 4.607 empregados.

O plano está sendo implantado simultaneamente na holding e nas empresas Eletrobras CGTEE, Cepel, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Eletropar, Eletrosul e Furnas.

Confira abaixo os destaques negativos do mês.

EmpresaTicker da açãoDesempenho no mês
JBSJBSS3-21,56%
EletrobrasELET6-21,15%
EletrobrasELET3-18,60%
MRVMRVE3-18,05%
CyrelaCYRE3-17,12%
Lojas AmericanasLAME4-13,26%
Banco do BrasilBBAS3-13,24%
MarfrigMRFG3-12,08%
CemigCMIG4-12,05%
CSNCSNA3-11,48%

Dólar

A crise política também impactou no dólar. Em maio, a moeda norte-americana subiu 1,94%, terceiro mês seguido de ganhos. No ano até agora, o dólar acumula leve queda de 0,41%.

Acompanhe tudo sobre:B3BTG PactualCVCDelação premiadaDólarEletrobrasIbovespaJ&FJBSMercado financeiroMichel Temer

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney