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Elon Musk critica Justiça dos EUA após novo veto a pacote de remuneração recorde de R$ 339 bilhões

Magistrada Kathaleen St. J. McCormick barrou o pagamento mesmo com a aprovação dos acionistas

Agência o Globo
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Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 07h07.

Última atualização em 3 de dezembro de 2024 às 07h08.

Elon Musk e a Tesla reagiram à decisão de uma juíza de Delaware, nos Estados Unidos, que voltou a barrar o pacote de remuneração recorde da companhia para o principal acionista, de US$ 56 bilhões (R$ 339 bilhões). O repasse foi rejeitado novamente pela magistrada, mesmo após os acionistas apoiarem seu pagamento.

Apesar da votação dos acionistas, em 13 de junho, na reunião anual da empresa, a juíza do Tribunal de Chancelaria de Delaware, Kathaleen St. J. McCormick, decidiu manter sua decisão original de janeiro, de que o conselho da empresa estava excessivamente sob a influência do bilionário empreendedor quando adotou o plano de remuneração em 2018.

"Os acionistas devem controlar os votos da empresa, não os juízes", rebateu Musk, em postagem na rede social X, da qual é dono.

Em comunicado publicado na plataforma, a Tesla prometeu apelar contra a decisão judicial.

"Esta decisão, se não for anulada, significa que os juízes e advogados dos autores da ação comandam as empresas de Delaware em vez de seus legítimos proprietários, os acionistas", disse a empresa de carros elétricos, no X.

Antes do novo veto, a defesa de Elon Musk argumentou que o pacote de remuneração era necessário para motivar o bilionário a alcançar um "crescimento transformador" e colonizar Marte.

Em sua apresentação, McCormick determinou que a tentativa da Tesla de ratificar o pacote de remuneração de Musk por meio de uma votação dos acionistas em junho não poderia anular sua decisão de janeiro de rejeitá-lo por considerá-lo excessivo e injusto.

O pacote de opções de ações tinha inicialmente o valor de US$ 2,6 bilhões, quando um acionista resolveu questioná-lo na Justiça por considerar o valor excessivo, e chegou a US$ 56 bilhões quando a juíza o cancelou. O pacote estava avaliado em US$ 101,5 bilhões no preço de fechamento desta segunda-feira.

A decisão de McCormick de derrubar o maior pacote de pagamento já registrado para um executivo corporativo nos EUA pode representar uma perda significativa para a fortuna de Musk e colocar o futuro de suas empresas em questão, caso a decisão seja mantida em um recurso. Mesmo sem o pagamento, ele continua sendo a pessoa mais rica do mundo.

A decisão ocorre logo após a fortuna de Musk atingir um recorde, superando o recorde anterior de US$ 340,4 bilhões, estabelecido em novembro de 2021, graças a uma alta nas ações da Tesla após a eleição presidencial e uma nova rodada de financiamento para sua startup de inteligência artificial.

Os diversos negócios de Musk têm aumentado em valor desde a vitória de Donald Trump nas eleições, o que levou Musk, seu chamado "primeiro amigo", para o centro das atenções políticas.

A Tesla e seu conselho, que inclui Musk, não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Relembre o caso

A decisão é mais um capítulo dessa novela desde que a juíza Kathaleen St. J. McCormick, do Tribunal de Chancelaria de Delaware, anulou o plano de remuneração recorde que o conselho da Tesla aprovou para Musk em 2018. A juíza decidiu que o conselho tinha conflitos de interesse e que a Tesla não divulgou adequadamente os detalhes do plano.

Na época, os diretores da empresa justificaram que o valor do pagamento serviu para garantir que o empresário continuasse a se dedicar à Tesla, já que tinha outros negócios, como a SpaceX (que lança satélites no espaço) e a Neuralink.

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