Pessimismo em relação ao futuro da estatal volta a derrubar os papéis na bolsa brasileira (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2012 às 10h13.
São Paulo - Com a reabertura da Bovespa após o feriado desta terça-feira, as ações da Eletrobras voltaram a cair. Na mínima até o momento as ações ordinárias (ELET3) caem 15,6%, negociadas a 6,76 reais, e as preferencias de classe B (ELET6) caem 18,35%, a 8,01 reais. Só em novembro, a baixa já chega a 39% e 50%, respectivamente.
A forte queda reflete o pessimismo dos acionistas com o futuro da empresa controlada pela União porque ela já manifestou seu interesse em renovar as concessões nos moldes propostos pelo governo de Dilma Rousseff. Mas, enquanto o mercado aguardava uma indenização de cerca de 30 bilhões de reais, o valor a ser pago será de apenas 13,69 bilhões de reais.
A queda acompanha o péssimo desempenho que os papéis tiveram no pregão de ontem na bolsa americana. Ontem, com a bolsa brasileira fechada, as ações tiveram mais um dia de perdas e fecharam o pregão com queda de 5,80%. Na segunda-feira, quando a empresa realizou uma teleconferência para apresentação dos resultados do terceiro trimestre, os papéis preferenciais despencaram 15,43%.
Os analistas também não esperam muito do futuro da empresa na bolsa. Em um relatório enviado para clientes nesta segunda-feira, os analistas do Barclays reduziram o preço-alvo aos papéis ordinários e preferenciais de 29 reais e 20 reais para apenas 1 real para 12 meses. Os cortes representam uma baixa de 97% e 95%, respectivamente.
Os títulos de dívida da empresa negociados em dólar já registram recorde de desconto para papéis do governo brasileiro. Desde que o governo disse no início de novembro que pagaria menos que a metade do que a companhia esperava como indenização, as taxas dos títulos da captação de 1,75 bilhão de dólares com vencimento em 2021 subiram 0,58 ponto percentual para 4,72 por cento.
São 2,62 pontos acima dos títulos soberanos que compartilham com a Eletrobras o rating BBB da Standard & Poor’s. Os custos de captação da companhia subiram mais do que os de qualquer outra empresa de rating alto, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.