Bolsa: Ibovespa oscila próximo da estabilidade (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 10h43.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 18h04.
Os papéis do Grupo Soma (SOMA3) chegaram a disparar 14,72% nesta segunda-feira, 26, após a empresa firmar um memorando de entendimento para a compra da NV, da blogueira Nati Vozza. De acordo com documento entregue nesta manhã à Comissão de Valores Mobiliários, o valor total da operação ainda está em fase de apuração. Mas o memorando prevê um múltiplo de sete vezes o Ebitda estimado em 30 milhões de reais, o que corresponderia a 210 milhões de reais. Após a operação, a blogueira Nati Vozza continuará atuando no desenvolvimento dos negócios da empresa, exercendo posição executiva. O ativo fechou com alta de 10,80%. Ibovespa a 100 mil pontos: saiba o que se pode esperar da bolsa e das principais ações com a EXAME Research
A compra ocorre após cerca de três meses após o IPO do Grupo Soma, que levantou 1,82 bilhão de reais, sendo que, desse total, 1,35 bilhão de reais foi para o caixa da empresa para fusões e aquisições.
Dentro do Ibovespa, as ações da Cielo (CIEL3) subiram 3,47%, às vésperas do resultado do terceiro trimestre, que será divulgado após o fechamento de terça-feira, 27. Na máxima do dia, a alta chegou a 6,93%, cotadas em 4,01 reais. O consenso de mercado é de que a companhia apresente 2,83 bilhões de reais em receita e e ebitda de de 454,2 milhões de reais. No ano, os papéis da companhia acumulam queda de 52%.
Também na expectativa sobre o resultado trimestral, as units do Santander (SANB11) subiram 3,74%, liderando os ganhos em porcentagem do Ibovespa, sendo cotadas em 34,65, no maior patamar de fechamento desde 6 de março. Essa foi a sexta alta seguida dos papéis, que acumulam no período ganhos de 13,55%. As ações do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiram 0,71% e 1,24%, respectivamente, na quinta alta em seis pregões, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,09%. Na bolsa, expectativas positivas sobre o resultado dos bancos têm impulsionado os papéis do setor desde o início da semana passada.
As ações da Eletrobras subiram 1,02% (ELET3) e 1,23% (ELET6). A alta ocorre após o colunista Lauro Jardim, de O Globo, afirmar em que o ministro Paulo Guedes tem dito que a privatização da companhia já está acertada com a Câmara e que falta apenas a se acertarem com o Senado. Mas de acordo com a Veja, a privatização da companhia deve ficar só para 2021.
Os papéis da Hypera (HYPE3) subiram 0,64%, após a companha ter divulgado o balanço do terceiro trimestre após o pregão de sexta-feira, 23. No período, a Hypera registrou lucro líquido de 345,6 milhões de reais, 29,4% acima do terceiro trimestre de 2019. O resultado também ficou acima das projeções do mercado, que esperava que o lucro ficasse abaixo dos 300 milhões de reais.
Já a receita cresceu 7,9% na comparação anual para 1,088 bilhão de reais. Segundo a empresa, essa foi a maior receita da empresa para um trimestre desde que passou a concentrar suas operações exclusivamente no mercado farmacêutico. O resultado foi impulsionado pelo crescimento do sell-out de produtos da categoria genéricos e similares.
Também refletindo o resultado trimestral, divulgado nesta manhã, as ações da Klabin (KLBN11) chegaram a subir mais de 1%, mas viraram para queda e fecharam com desvalorização de 0,47%. A empresa de papel e celulose teve prejuízo líquido de 191 milhões de reais ante o lucro líquido de 191 milhões de reais no mesmo período do ano passado. A expectativa do mercado era de lucro de 45,2 milhões de reais. A receita líquida, por outro lado, ficou em 3,109 bilhões de reais, superando em 2,5% o consenso de mercado e em 25% a registrada no mesmo período do ano passado. “Apesar do avanço no lado operacional, a alta de quase 25% nas despesas com vendas, gerais e administrativas, pressionou o balanço”, avaliam analistas da Exame Research.
As ações da Track & Field (TFCO4) encerraram estáveis em dia de estreia na B3, após a empresa ter precificado seus papéis a 9,25 reais em oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), abaixo da faixa indicativa. A companhia levantou 523 milhões de reais no IPO, segundo a CVM. Do montante total, a maior parte (340,61 milhões de reais) foi em forma de oferta secundária, destinada aos antigos acionistas.
No campo negativo, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuam mais de 1%, acompanhando a desvalorização do petróleo. No mercado internacional, o petróleo WTI e brent caíram mais de 3%, com os temores sobre o efeito da segunda onda de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos. A possibilidade de o candidato democrata Joe Biden vencer as eleições americanas também pressionam o preço da commodity, tendo em vista seu maior apoio ao uso de energia renovável. "A possível vitória de Biden nos Estados Unidos também pode levar à medidas de isolamento mais rígidas e isso pesa em cima do preço do barril de petróleo", comenta Gustavo Bertotti, economista da Messem.
A Vale (VALE3) recuou 1,50%, puxada pelo mau humor exterior e baixa dos preços do minério de ferro. O contrato da commodity negociado na Bolsa de Dalian fechou em queda de 3,3%, a 760,50 iunes a tonelada. Além disso, no sábado, o Ministério Público Federal acusou a Vale e BHP de conluio com um advogado para reduzir a indenização de vítimas no caso do rompimento da barragem de Mariana, segundo informou a Reuters. O MP vê interferência no processo judicial que tramita no Reino Unido contra a BHP. Procuradores argumentam que o juiz decidiu o caso sob sigilo, sem participação do MPF. Vale informou à Reuters que não foi notificada e que se manifestará nos autos. BHP não respondeu a pedidos de comentário feitos pela Reuters.
Entre as maiores quedas do Ibovespa, as ações da CVC Brasil (CVCB3) e GOL (GOLL3) caíram 4,25% e 3,61%, respectivamente, com temores de que o aumento do número de casos de coronavírus seja uma ameaça para a retomada de viagens aéreas. As ações da Azul (AZUL4) recuaram 3,54%.
As ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) avançam 3,40%, após sua subsidiária Clinipam, que atua na Região Sul do País, comprar o Hospital e Maternidade Santa Brígida, em Curitiba (PR), por 48,5 milhões de reais.