O corte nas tarifas de energia, parte dos esforços de Dilma Rousseff para impulsionar a economia, levou as ações de empresas do setor a uma queda de 22% desde agosto (DRAWLIO JOCA)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 10h04.
São Paulo - A queda de 54 por cento das ações da Centrais Elétricas Brasileiras SA, que a tornaram a mais barata empresa de energia do mundo, não foi suficiente para convencer analistas a mudarem suas recomendações de venda.
A Eletrobras tem a maior quantia de recomendações de venda entre todas as ações brasileiras, três meses depois de o governo implantar um corte de tarifas que a empresa afirma que irá praticamente apagar todos os seus lucros.
Seis das 11 instituições, incluindo JPMorgan Chase & Co. e Banco Itaú BBA SA, recomendaram aos seus clientes a venda de ações ou colocaram a recomendação em revisão nos últimos seis meses, segundo dados levantados pela Bloomberg.
O corte nas tarifas de energia, parte dos esforços da presidente Dilma Rousseff para impulsionar a economia, levou as ações de empresas do setor a uma queda de 22 por cento desde agosto, mais de 10 vezes a queda do Ibovespa.
Ainda que a Eletrobras seja negociada a 0,11 vezes seu valor patrimonial, menor relação entre as 3.000 maiores companhias do mundo em valor de mercado acompanhadas pela Bloomberg, não está barata o suficiente para compensar a perspectiva de lucros da empresa, segundo o Banco Safra SA.
“O problema é que eles não conseguem monetizar o book value, por isso a relação price/book value é muito baixa”, disse Sergio Tamashiro, analista do Banco Safra que tem recomendação equivalente a venda para a Eletrobras, em entrevista por telefone de São Paulo. “Há dúvidas sobre os retornos.”
A assessoria de imprensa da Eletrobras não quis fazer comentários sobre o preço das ações.