O presidente da Alcoa, Klaus Kleinfeld, qualificou o custo da energia no Brasil como “inacreditavelmente alto” em uma palestra em 4 de maio. Empresa sobe após medidas do governo (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 13h48.
Rio de Janeiro - Enquanto as medidas do governo para baratear a energia elétrica levaram a uma queda de US$ 6,4 bilhões em valor de mercado para as empresas do setor, outras saíram ganhando. É o caso das companhias de mineração e metais, da Alcoa Inc. à ArcelorMittal.
A energia responde pela maior despesa dessas companhias, alcançando até 40 por cento dos custos das produtoras de alumínio, segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. O presidente da Alcoa, Klaus Kleinfeld, qualificou o custo da energia no Brasil como “inacreditavelmente alto” em uma palestra em 4 de maio, depois que a companhia com sede em Nova York afirmou em comunicado de março que estaria avaliando reduzir a produção no país.
A presidente Dilma Rousseff está forçando as empresas de energia a reduzirem os preços em até 28 por cento como parte dos esforços para estimular o crescimento econômico e tornar as empresas mais competitivas. Hoje, a indústria local paga mais que o dobro que na China e nos Estados Unidos pela eletricidade. A redução de preços pedida pelo governo vai ser uma das exigências para a renovação dos contratos de concessão até 2017.
“Considero que a decisão do governo é histórica e foi um passo acertado em um momento importante para a indústria brasileira”, disse Augusto Espeschit de Almeida, presidente da divisão de aços longos da ArcelorMittal na América do Sul, em nota por e-mail. O governo “tem tomado decisões importantes para melhorar a competitividade da indústria”, disse ele.
A BHP Billiton Ltd. e a Vale SA, maiores mineradoras do mundo, assim como a ArcelorMittal, maior produtora de aço, estão entre os maiores clientes de empresas de energia como a Cia. Energética de Minas Gerais, maior empresa brasileira do setor em valor de mercado, segundo dados levantados pela Bloomberg.