Bolsas: Na Espanha, IBEX 35 supera 8% de alta; Dow Jones futuro sobe mais de 7% (Jeenah Moon/Bloomberg/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 09h57.
Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 11h09.
As principais bolsas de valores do mundo iniciam a semana em ritmo de festa, com os investidores repercutindo as eleições americanas e os últimos resultados da vacina desenvolvida pela Pfizer contra o coronavírus. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 sobe mais de 4%. Por lá, a bolsa da Espanha se destaca positivamente, com seu principal índice, o IBEX 35, chegando a subir mais 8% na máxima desta segunda-feira,9.
“Já se esperava um dia positivo, com o resultado das eleições. Mas agora saiu a notícia de Pfizer e animou de vez o mercado”, comenta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Em sua primeira análise sobre a última fase de testes, a Pfizer informou que sua vacina teve eficácia de 90% após a segunda dose. Os testes foram feitos com 43.538 voluntários. O pedido de aprovação emergencial da vacina deve ser solicitado à agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) ainda neste mês.
Logo após a divulgação dos resultados preliminares, os principais índices de ações do mundo entraram em forte alta. No Brasil, o Ibovespa futuro chegou a subir mais de 4% nas primeiras horas de negociação, enquanto o índice Dow Jones futuro, dos Estados Unidos, aponta para uma alta de mais de 7%.
O único dos principais índices do mundo que não surfa no ímpeto positivo do mercado é o Nasdaq futuro, que oscila entre leves ganhos e perdas, devido à sua grande concentração de empresas de tecnologia. “As empresas de tecnologia se beneficiaram muito com o coronavírus. Teve mais home office, as pessoas acabaram consumindo mais esses produtos. Agora, com a vacina, elas perdem um pouco de força”, afirma Laatus.
Segundo Laatus, os investidores devem sair dessas ações e migrar para papéis da economia tradicional, como de bancos e companhias áreas. “Todas essas empresas estão descontadas, foram muito machucadas pelo coronavírus.”
Ele conta também que a eleição de Joe Biden anima os mercados, porque, com ele, se espera pacotes de estímulos mais robustos. Laatus também considera positiva a possibilidade de o Senado ser de maioria republicana, uma vez que mitigaria medidas mais duras do próximo presidente, como aumento de impostos.
Mas ainda não se sabe se o Senado será mesmo republicano, tendo em vista que a disputa foi para o segundo turno na Georgia. Dependendo do resultado, o Senado pode ficar divido. Em caso de empate, o Senado ficaria com os democratas, já que a vice-presidente Kamala Harris, que assume como presidente da casa, desempataria as votações.