"Veja quanto o BCE já emprestou, e se pergunte: isso ajudou? A resposta é não" disse o presidente da Pimco (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2011 às 17h56.
Washington - O mundo está à beira de uma nova crise financeira, com epicentro em dívidas soberanas, disse Mohamed El-Erian, presidente da Pacific Investment Management Co., dona do maior fundo de renda fixa do mundo.
O Banco Central Europeu ainda não colocou em prática um “circuit breaker” para conter a crise da dívida da região, disse El-Erian, que também é codiretor de investimento da Pimco, em evento hoje em Washington.
Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do Grupo dos 20 se reúnem em Washington neste fim de semana, em meio ao crescente receio que a economia global continuará se desaquecendo e que a crise da dívida da Grécia possa contaminar outros países.
O índice Stoxx Europe 600 recuou 4,6 por cento para 214,89 pontos no mercado de Londres, o menor nível desde julho de 2009.
“Há um aumento significativo nas exigências financeiras para intervenções internacionais”, disse El-Erian. “É preciso muito mais poder de fogo para ser um ‘circuit breaker’.
Veja quanto o BCE já emprestou, e se pergunte: isso ajudou? A resposta é não, ainda que as somas envolvidas tenham sido enormes.”
O ministro das Finanças da França, François Baroin, disse que o G-20 dará uma resposta coordenada à crise da dívida na Europa. Baroin, que falou a repórteres hoje em Washington, disse que os países europeus precisam aprovar um acordo de mais ajuda à Grécia, firmado em 21 de julho.
Cortes na Grécia
O governo grego disse hoje que vai acelerar os cortes orçamentários para poder receber empréstimos, ampliando as medidas de austeridade que aprofundaram a recessão do país e não garantiram que a Grécia evitará uma moratória.
A exigência veio dos financiadores do empréstimo, que querem garantias adicionais que a Grécia conseguirá reduzir as metas de um crédito de 110 bilhões de euros (US$ 151 bilhões) e terá condições de receber nova parcela do socorro no mês que vem.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que a economia global está numa “zona perigosa”, e a presidente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse que são grandes os “riscos de contração”.
*Matéria atualizada às 17h55