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"Economia real mostra mais força que o PIB", diz Parreiras, da Verde Asset

Gestor do fundo multimercado Scena na casa de Luís Stuhlberger, Parreiras aponta que demanda doméstica cresce acima de 4% nos últimos trimestres

XP premia melhores fundos de investimento em parceria com o Ibmec: Luiz Parreiras, da Verde, fala em painel sobre multimercados (Flávio Santana / Biofoto/Divulgação)

XP premia melhores fundos de investimento em parceria com o Ibmec: Luiz Parreiras, da Verde, fala em painel sobre multimercados (Flávio Santana / Biofoto/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 17h11.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 18h30.

São Paulo - Decepcionado com a recuperação da economia brasileira? Luiz Parreiras, gestor da estratégia Multimercado e Previdência da Verde Asset, recomenda que você pare de monitorar a perspectiva para o PIB, que continua fraca, e passe a olhar para outro indicador. Ele cita a demanda privada doméstica cresce acima de 4% nos últimos trimestres.

"Muitos podem pensar que o ciclo de recuperação está no final do primeiro tempo. Mas acreditamos que ele esteja apenas nos primeiros cinco minutos", disse, em evento organizado pela Infomoney em parceria com o Ibmec, que premiou os fundos com os melhores desempenhos nos últimos três anos.

Já em relação a ativos no exterior, o gestor afirma não estar nem otimista, nem pessimista. "Não vejo razão pela qual os ativos podem continuar rendendo por mais 10 anos. O problema é que a maioria já está cara O ano passado foi maravilhoso para a bolsa americana, mas muitos esquecem que o índice S&P teve o pior dezembro em 2018, quando caiu 15% em apenas um mês".

Parreiras trabalha há 18 anos com Luís Stuhlberger. Há dois anos, é o gestor de um fundo que segue a estratégia do renomado Verde, o multimercado Scena. Basicamente o fundo acompanha 80% dos ativos mais líquidos que compõem a carteira do Verde.

Distribuído exclusivamente pela XP, o fundo ficou dois anos aberto na plataforma até que fechou para captação no ano passado. Desde abril de 2017, quando foi criado, o fundo rendeu 32,32%, enquanto o CDI no período registrou alta de 24,21%. "Nos últimos três anos vimos um cenário que não deve se repetir pelos próximos três ou até 10 anos: ganhamos dinheiro com praticamente todas as classes de ativos. A exceção foram moedas no exterior", explicou.

O Scena aplica em ações, juros e também no exterior. Apesar de todos os gestores da casa, inclusive Stuhlberger, discutirem todos os processos de investimento, Parreiras aponta que no final do dia a decisão é tomada pelo gestor de cada fundo. "Sou eu que respondo pelo Scena".

Entre as apostas do gestor para o ano que se inicia estão ações brasileiras. "Temos uma posição relevante na carteira da asset, apesar de ela já ter sido maior nos últimos cinco anos".

Parreiras classifica os recordes batidos pelo índice Ibovespa no final do ano passado como uma "euforia". "Tínhamos na carteira cases que foram bons em 2018 e 2019, mas víamos que não precisávamos vender nem colocar mais capital neles. Então ficamos de novembro até este mês sem aumentar posição, e até reduzimos".

O fundo também está alocado em juros reais, por meio de NTNBs longas. "No Brasil ações e renda fixa começam a ter uma correlação negativa e servem de proteção uma para a outra".

 

 

 

 

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