Yellen: presidente do Fed disse também que "é importante aliviar a carga tributária de bancos pequenos" (Kevin Lamarque/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 18h48.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 18h48.
São Paulo - A presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Janet Yellen, disse que autoridades do Fed estiveram em contato com a equipe de transição do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, mas não deu detalhes.
No entanto, sobre uma das propostas de Trump, de revogar a lei Dodd-Frank, Yellen afirmou que não quer ver uma reversão do regulamente financeiro.
"É importante aliviar a carga tributária de bancos pequenos", mas "é importante não voltar atrás em regulações sobre sistema financeiro pós-crise", disse Yellen durante entrevista coletiva, acrescentando que há consenso de que o conceito "[banco] grande demais para falir" tem que acabar.
A lei Dodd-Frank Act, estabelecida pelo Escritório de Proteção Financeira ao Consumidor - que visa proteger os consumidores de bancos grandes e não-regulados -, impôs restrições aos instrumentos financeiros conhecidos como derivativos e colocou restrições em grandes bancos, colocando freios no caso de apostas arriscadas com seu próprio dinheiro, entre outras coisas.
A lei iniciou após a crise de 2008, que teve origem no desregulado mercado financeiro dos EUA.
Yellen disse que o Fed discutiu os planos econômicos de Trump. "Eu resumiria simplesmente dizendo que todos os participantes do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto] reconhecem que há uma incerteza considerável sobre como as políticas econômicas podem mudar, e que efeito elas terão sobre a economia", disse ela. Sobre Trump, no entanto, ela não fez comentários, dizendo que acredita fortemente na independência do Fed.
A presidente do Fed novamente disse que planeja cumprir seu mandato até o fim, mas reconheceu que não pode ser novamente indicada para continuar na presidência.