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Dotz (DOTZ3) diminui prejuízo e registra segundo Ebitda positivo desde o IPO

Crescimento da Techfin, braço financeiro da companhia, foi um dos responsáveis por impulsionar o Ebitda

Dotz: companhia reduz prejuízo no segumento trimestre de 2024

Dotz: companhia reduz prejuízo no segumento trimestre de 2024

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 19h30.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 12h20.

A Dotz (DOTZ3), em um movimento mais próximo do ponto de inflexão, reduziu seu prejuízo líquido no segundo trimestre de 2024 para R$ 6,1 milhões, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, 14.

Além dessa redução, houve uma melhora significativa no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), que cresceu 156% para R$ 5,5 milhões. Trata-se do segundo Ebitda positivo desde a abertura de capital, em 2021.

Otávio Araújo, CEO da Dotz, afirma que a promessa do IPO de investir na criação de um braço financeiro foi cumprida e, agora, os resultados serão colhidos com a operação - além do forte ciclo de investimentos também ter finalizado, o que colabora com o balanço da companhia. “Nós passamos por esse ciclo de investimento depois do IPO, e agora temos conseguido ter um foco contínuo na racionalização das despesas e aumento das nossas margens operacionais.”

Crescimento da Techfin

O crescimento da Techfin, braço financeiro da companhia, foi um dos principais pontos que contribuíram para o Ebitda positivo. O faturamento saltou de R$ 14,5 milhões, no segundo trimestre de 2023, para R$ 22,7 milhões, no segundo trimestre de 2024 - um aumento de 57%. Quando comparado com o trimestre imediatamente anterior, o crescimento foi de 20%.

Na prática, houve o desenvolvimento do SuperApp, uma plataforma que une os programas de fidelidade com serviços financeiros, como conta digital e cartão. Para impulsionar essa construção, a Dotz realizou o M&A da fintech Noverde. Segundo fato relevante divulgado em abril de 2022, a Dotz adquiriu integralmente a companhia, pelo montante de R$ 35,7 milhões e ações da Dotz.

“Começamos com crédito pessoal e agora vamos avançar. A ideia como roadmap é ir colocando outros produtos, como seguros e investimentos que podem ajudar a gente a monetizar essa base.”

Dentro dos serviços da Techfin, destaque para o crédito pessoal. Em um comparativo com o segundo trimestre de 2023, a originação de crédito cresceu 39%, alcançando R$ 112,2 milhões. Este avanço impulsionou o lucro bruto da companhia, que atingiu os R$ 31,3 milhões, um aumento de 7,9% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Já a margem bruta ficou em 55%, crescimento de 9 pontos percentuais contra o segundo trimestre de 2023. Tudo isso com uma representação da Techfin na receita total, crescendo de 23% (2T23) para 40% (2T24).

“Na parte de crédito, estamos vivendo um momento interessante, porque o mercado passou por uma dificuldade maior depois da pandemia, e nesse segmento que a gente atua que é - B, C e D, a gente tem tido pouca concorrência.”

Para os próximos passos, Araújo conta que estão introduzindo um novo produto de crédito: o Dotz Parcela, uma espécie de crediário em que o consumidor além de poder pagar com seu saldo em Dotz, pode completar o pagamento com o limite de crédito. “O Dotz Parcela é a concretização dessa promessa do IPO.”

Consolidação do loyalty

Além da aquisição da Noverde, Araújo conta que o próprio loyalty (segmento de fidelidade da companhia), se consolidou a ponto de ser utilizado para poder fazer esse cross sell de serviços financeiros, ou seja, captar clientes para a nova frente através do segmento mais maduro da empresa.

Mas a parte de fidelidade da empresa não é somente para impulsionar a Techfin: ela ainda corresponde a 60% do faturamento da Dotz. “O negócio de fidelização traz bastante dinheiro, a margem bruta é 40-45%, então é um negócio importante pra gente. Então temos o loyalty rentável, mas que não está crescendo tanto como Techfin.”

Crescimento com eficiência

O terceiro ponto que colaborou com os resultados do segundo trimestre foi a redução das despesas com vendas, gerais e administrativas. Após três anos de investimentos na plataforma, a Dotz retornou os valores de custos inferiores ao período pré-IPO. “O investimento anualizado de 2024 já é menor do que a base que foi em 2020.”

Em 2020, ano antes da abertura de capital, os investimentos foram na casa dos R$ 129,3 milhões (número corrigido pela inflação). Agora, o número anualizado para 2024 é de R$ 110,9 milhões. Nos anos do ciclo de investimento, os valores foram R$ 168,2 milhões (2021), R$ 205,9 milhões (2022) e R$ 148,3 milhões (2023).

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