Mercados

Dólar volta a R$3,25 após notícia sobre Deutsche Bank

Os ADRs do banco recuaram fortemente depois que a Bloomberg informou que alguns fundos de hedge desmontaram posições


	Dólar: o dólar fechou em alta de 1,05%, a 3,2555 reais, maior nível desde o último dia 20 (3,2610 reais)
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: o dólar fechou em alta de 1,05%, a 3,2555 reais, maior nível desde o último dia 20 (3,2610 reais) (Andrew Harrer/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 17h27.

São Paulo - O dólar avançou mais de 1 por cento nesta quinta-feira e retomou o nível de 3,25 reais, patrocinado por um movimento de aversão a risco depois que notícia veiculada pela agência Bloomberg gerou preocupações com o maior banco alemão, o Deutsche Bank.

O dólar fechou em alta de 1,05 por cento, a 3,2555 reais, maior nível desde o último dia 20 (3,2610 reais). Na mínima da sessão, a moeda marcou 3,2150 reais e, na máxima, 3,2698 reais.

O dólar futuro avançava cerca de 1,32 por cento nesta tarde.

Os ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) do banco alemão recuaram fortemente depois que a agência Bloomberg informou que alguns fundos de hedge desmontaram posições e retiraram parte do dinheiro alocada na instituição.

Após a divulgação da notícia, um porta-voz do banco alemão disse estar confiante de que a grande maioria dos clientes comerciais do banco vê o grupo com posição financeira estável.

"O movimento no dólar foi instantâneo, houve claramente flight to quality, com saída de recursos dos emergentes", disse o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.

"O dinheiro foi principalmente para o T-bond de 10 anos", comentou, em referência as títulos do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos.

No final da tarde, o dólar subia ante outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano

O dólar oscilou entre altas e quedas mais cedo na sessão, ora reagindo a fluxo de ingresso de recursos e notícias com viés baixista, como o anúncio de leilão de linha na manhã de sexta-feira, ora valorizando em meio a dados melhores sobre a economia norte-americana, que reforçaram as apostas de alta dos juros na maior economia do mundo em dezembro.

A economia dos EUA cresceu 1,4 por cento no segundo trimestre, ligeiramente acima do 1,3 por cento estimado em pesquisa Reuters e ante crescimento de 1,1 por cento divulgado no mês passado.

Na noite de quarta-feira, o Banco Central anunciou a realização na sexta-feira de leilão de até 4 bilhões de dólares com compromisso de recompra, sendo 1,6 bilhão de dólares em dinheiro novo e o restante, rolagem.

"O BC fez leilão de linha em todos os meses deste ano, trata-se de uma ferramenta de controle de liquidez que ele usa para evitar distorções no mercado. Acho que ele anunciou ontem para tirar a volatilidade. Mas ainda está nebulosa a razão sobre a oferta de 1,6 bilhão de dólares em dinheiro novo", comentou o operador corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

Esse vaivém de mais cedo foi intensificado pela formação da Ptax de final de mês, que é a taxa de câmbio usada para liquidação dos derivativos cambiais, na sexta-feira.

"A pressão da Ptax não tende a ser para cima sempre. Mas sempre gera muita movimentação e o leilão de linha pode ser para evitar o excesso de especulação no mercado", disse Alessie Machado.

Texto atualizado às 17h25

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoCâmbioDeutsche BankDólarEmpresasEmpresas alemãsFinançasMoedas

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney