A divisa dos EUA no mercado de balcão encerrou nesta segunda-feira, 1, em leve queda de 0,04%, a R$ 2,230 (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2013 às 17h35.
São Paulo - Os indicadores positivos divulgados na Europa e nos Estados Unidos pela manhã impulsionaram a busca por ativos de maior risco em todo o mundo e pesaram sobre o dólar.
No dia, a moeda norte-americana registrou perdas ante o euro, o iene e as divisas com elevada correlação com commodities, como o real. No Brasil, porém, o recuo do dólar foi contido, em uma sessão marcada pela baixa liquidez. A divisa dos EUA no mercado de balcão encerrou nesta segunda-feira, 1, em leve queda de 0,04%, a R$ 2,230.
O dólar chegou a subir em alguns momentos pela manhã, mas o viés de baixa permaneceu na maior parte da sessão. Na máxima, às 10h39, a moeda atingiu R$ 2,2370 (+0,27%) e, na mínima, às 14h42, marcou R$ 2,2180 (-0,58%). Perto das 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 1,478 bilhão. No mercado futuro, o dólar para agosto era cotado a R$ 2,2445, em queda de 0,24%.
Pela manhã, a Markit informou que o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da zona do euro subiu para 48,8 em junho, ante 48,3 em maio. O resultado de junho atingiu o nível mais alto em 16 meses e superou a expectativa de economistas. Além disso, os PMIs avançaram em todas as nações que fazem parte da zona do euro, com exceção da Alemanha.
O número da Markit somou-se ao índice de atividade do setor de manufatura dos EUA medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês), que atingiu 50,9 em junho, ante 49,0 em maio, também acima das previsões. Com isso, as principais Bolsas globais foram impulsionadas, enquanto o dólar entrou em trajetória de queda ante outras divisas.
"O real está seguindo o cenário externo. Lá fora, as Bolsas estão em alta e as moedas estão se apreciando (ante o dólar). Poderíamos até mesmo ver um dólar mais baixo por aqui, mas acho que as preocupações com a economia brasileira, com o governo, inibem um pouco o movimento", comentou à tarde um profissional da mesa de câmbio de um grande banco.
Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora, enxerga ainda uma acomodação. "Houve uma alta muito forte recentemente, com o mercado se armando para mudanças no programa de compra de bônus do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A característica do mercado é mesmo tentar se antecipar aos fatos. Mas agora tenta se acomodar", afirmou, lembrando que o Banco Central brasileiro e o governo também colocaram abaixo, em junho, diversas barreiras cambiais, justamente para tentar evitar uma disparada da moeda norte-americana.
"Há clientes que ainda acham que o dólar a R$ 2,20 está muito alto. Mas acho que este conceito está errado. Minha expectativa é de um dólar a R$ 2,15, R$ 2,20, considerando a conjuntura", completou.
Pela manhã, o relatório Focus do BC indicou que a mediana das previsões do mercado indica um dólar a R$ 2,15 no fim do ano. Há uma semana, a estimativa estava em R$ 2,13 e, há um mês, em R$ 2,05.
À tarde, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o País encerrou junho com superávit comercial de US$ 2,394 bilhões. No primeiro semestre, porém, o Brasil acumulou déficit comercial de US$ 3 bilhões.