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Dólar termina em leve baixa de olho no exterior e com atuação do BC

O dólar recuou 0,26% a R$ 3,8945 na venda

Dólar: segue monitoramento da trajetória externa em semana de expectativa por decisão do Fed (Burak Karademir/Getty Images)

Dólar: segue monitoramento da trajetória externa em semana de expectativa por decisão do Fed (Burak Karademir/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 17h06.

São Paulo - O dólar terminou a segunda-feira em baixa e abaixo de 3,90 reais, monitorando a trajetória externa em semana de expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve e em dia de nova atuação do Banco Central no câmbio.

O dólar recuou 0,26 por cento, a 3,8945 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,8777 reais e a máxima de 3,9303 reais. O dólar futuro caía 0,56 por cento.

"Até quarta-feira o mercado vai esperar o Fed", resumiu o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante. "Depois, pode haver espaço para o dólar realizar", acrescentou.

Na quarta-feira, o banco central dos EUA deve elevar a taxa de juros, mas o mercado quer saber o que dirá o comunicado e também o chairman Jerome Powell, depois de recentemente os membros da autoridade monetária terem sinalizado um discurso mais "dovish", indicando que os juros do país já estariam perto do nível neutro.

Há preocupação com a desaceleração econômica global, sobretudo após a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que já impactou os indicadores da segunda maior economia mundial.

Nesta segunda-feira, o presidente Donald Trump voltou a criticar a ação do Fed sobre os juros, defendendo juros mais baixos para apoiar a economia dos EUA de forma mais ampla.

Seu discurso foi reforçado pela fala do assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, para quem a taxa não deveria subir porque a economia "está crescendo sem inflação".

À espera do Fed, o dólar recuava ante a cesta de moedas e operava misto ante divisas emergentes, em queda ante o peso mexicano e alta ante a lira turca.

Em boa parte da sessão, o dólar operou em alta ante o real, com o volume mais baixo ajudando a içar a moeda mesmo com a atuação do Banco Central no mercado cambial.

"O BC colocando linha dá a sensação de que há demanda para o dólar à vista, para saída de recursos. Então o mercado acaba não conseguindo fazer movimento de ajuste para baixo", avaliou mais cedo o operador da Necton Corretora José Carlos Amado.

O Banco Central fez mais um leilão de linha --venda com compromisso de recompra-- nesta segunda-feira, após a moeda norte-americana ter fechado na casa de 3,90 reais na sexta-feira. Vendeu integralmente a oferta de 1 bilhão de dólares.

O fluxo de saída de recursos é comum no final do ano, quando muitas empresas remetem lucros e dividendos ao exterior, e já levou o BC a realizar quatro leilões novos de linha desde o final de novembro--o desta segunda-feira é o quinto --, além de promover a rolagem dos contratos que venciam no início deste mês.

"Não descarto o BC fazer ainda novos leilões. Final do ano continua com perspectiva de saída de recursos", acrescentou Amado.

O discurso foi corroborado por Cavalcante. "Certamente o BC seguirá atuando se o dólar fechar acima de 3,90 reais", declarou.

A autoridade realizou nesta sessão mais um leilão para rolagem do vencimento de dezembro de swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --, que totaliza 10,373 bilhões de dólares. Vendeu nesta manha oferta de até 13,83 mil contratos, já rolando 7,607 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até sexta-feira, terá feito a rolagem integral.

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