São Paulo - O dólar terminou a segunda-feira com pequena elevação ante o real, num tímido movimento de correção, após a forte queda na primeira semana do ano, influenciado pela alta da moeda ante outras divisas no exterior.
O dólar avançou 0,08 por cento, a 3,2363 reais na venda, depois de acumular perdas de 2,44 por cento na semana passada, anulando a alta de 1,99 por cento vista em 2017 todo. Na máxima, a moeda foi a 3,2462 reais e, na mínima, a 3,2247 reais. O dólar futuro subia cerca de 0,20 por cento.
"Seguimos surfando o humor externo enquanto observamos a questão política versus ajuste fiscal por aqui", trouxe a corretora H.Commcor em relatório mais cedo.
O dólar operava em alta ante uma cesta de moedas nesta sessão e também sobre divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Também ajudava no movimento externo as declarações à Reuters do presidente do Federal Reserve de São Francisco, John Williams, de que o banco central norte-americano deveria elevar as taxas de juros três vezes neste ano uma vez que a economia já forte receberá novo impulso a partir de cortes de impostos, podendo levar a instituição a agir de maneira mais ou menos agressiva, se necessário.
Durante a sessão, a moeda chegou a perder força ante o real e chegou a cair, com fluxo de ingresso de recursos em ambiente de volume mais fraco.
"O mercado também pode estar antecipando o ingresso de recursos para alguma captação", acrescentou naquele momento o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado ao destacar que "o investidor não quer pagar muito caro pelo dólar, de olho no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
No próximo dia 24, o ex-presidente terá um recurso julgado em segunda instância na ação do tríplex no Guarujá que foi condenado em primeira instância. Se o recurso for negado, ele pode eventualmente ficar de fora das eleições à Presidência no final do ano.
O mercado avalia que Lula seria um candidato menos comprometido com o controle das contas públicas.
Além do julgamento do ex-presidente, o mercado continuou atento aos esforços do governo para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro na Câmara dos Deputados.
Na semana passada, o ministro da Secretaria de governo, Carlos Marun, disse que faltavam pelo menos 50 votos para o governo chegar ao mínimo necessário para a aprovação na Câmara dos Deputados.