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Dólar tem maior queda semanal em mais de três meses

Real ainda tem o segundo pior desempenho global neste ano mesmo depois de já ter caído mais de 20% em 2020

Câmbio foi impactado por intenso noticiário fiscal e político em semana de alta volatilidade (halduns/Getty Images)

Câmbio foi impactado por intenso noticiário fiscal e político em semana de alta volatilidade (halduns/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 12 de março de 2021 às 17h23.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 17h50.

(Reuters) - O dólar teve leve alta ante o real nesta sexta-feira, 12, num dia de força da moeda norte-americana no exterior e ao fim de uma semana de fortes oscilações no câmbio. Ainda assim, a moeda americana acumulou na semana a maior queda frente ao real em mais de três meses.

Nesta sexta-feira, a cotação no mercado à vista subiu 0,305% nesta sexta, para 5,5597 reais na venda, após oscilar entre 5,5891 reais na máxima do dia e 5,5472 na mínima.

Na semana, o dólar caiu 2,19%, maior queda desde a semana finda em 4 de dezembro passado (-3,77%). No pico dos últimos dias, alcançado na terça-feira, a divisa chegou a quase 5,90 reais, nas máximas em dez meses.

O câmbio foi impactado por intenso noticiário fiscal e político, com aprovação da PEC Emergencial na Câmara e com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin de anular todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A semana contou ainda com ativa presença do Banco Central no mercado.

Pelos cálculos do Citi, o Bacen ofertou nesta semana 3,2 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --750 milhões de dólares apenas nesta sexta. O swap cambial tradicional é um derivativo cuja venda equivale a uma injeção de liquidez no mercado futuro, ajudando a amenizar pressões de alta sobre o dólar.

O BC também fez venda de dólar à vista nesta semana, diversificando os instrumentos de atuação num período em que a moeda chegou a quase 5,90 reais, nas máximas em dez meses.

Para estrategistas do Citi, o maior ativismo do BC pode ter como razões desejo de um dólar mais baixo antes da decisão do Copom, receios sobre o repasse da desvalorização cambial aos preços e tentativas de diminuir o incentivo para locais usarem o dólar como "hedge" para operações em outros mercados.

"Acreditamos que pode ser uma combinação dos diferentes motivos, mas certamente somos simpáticos à visão de que eles estão preocupados com a inflação. Independentemente disso, até que se prove o contrário, acreditamos que o BCB continuará a ser mais proativo em suas intervenções", disseram profissionais do Citi em nota.

O dólar acumula baixa de 0,77% em março, mas ainda sobe 7,09% em 2021. O real tem o segundo pior desempenho global neste ano -- melhor apenas que o peso argentino --, mesmo depois de já ter caído mais de 20% em 2020.

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