Dólar: moeda caiu 1,15% nesta segunda-feira (25) (Adrienne Bresnahan/Getty Images)
Reuters
Publicado em 25 de março de 2019 às 17h12.
Última atualização em 25 de março de 2019 às 17h56.
O dólar começou a semana com a maior queda em cerca de um mês e meio frente ao real, com investidores se apegando às recentes notícias sobre a articulação do governo com o Congresso e ao cenário externo mais benigno para moedas emergentes.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,15 por cento, a 3,8572 reais na venda.
É a maior queda diária desde 12 de fevereiro de 2019 (-1,31 por cento). Na B3, a referência para o dólar futuro cedia 1,50 por cento, a 3,8500 reais.
Na sexta-feira, a cotação havia disparado 2,69 por cento, a 3,9022, na maior alta percentual diária em 22 meses.
"Depois da liquidação de sexta-feira, os níveis do real podem estar mais atrativos", diz Zach Pandl, estrategista do Goldman Sachs, em nota a clientes. O banco espera que o dólar caia a 3,60 reais dentro de seis meses.
Ajudou o mercado doméstico a retomada de moedas emergentes no exterior. A lira turca, que havia caído mais de 6 por cento no fim da semana anterior, subia 3,5 por cento.
Investidores também realizaram lucros com o dólar no Brasil após a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes. Operadores comentaram que trouxe alívio a informação de que o tema do encontro foi a Previdência. O mercado de juros também melhorou após a notícia.
Em reunião com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Guedes afirmou que está havendo "natural problema de comunicação" ao falar sobre o ambiente político, mas negou existir caos. Em cerimônia no Planalto, Bolsonaro disse que a nova Previdência será mais justa e mais igualitária.
Em outra frente, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que o presidente Bolsonaro está envolvido ativamente nas negociações com o Congresso sobre a reforma previdenciária.
No curto prazo, porém, alguns analistas de mercado ainda veem o cenário com cautela. "O mercado deve continuar em um viés negativo pelo menos até que um caminho comum seja encontrado", diz Dan Kawa, diretor e sócio da TAG Investimentos.