Dólar: na semana passada, a moeda norte-americana chegou a saltar à casa de 3,30 reais após dados econômicos mais fortes dos EUA (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 10h49.
São Paulo - O dólar tinha leves variações ante o real nesta sexta-feira, em meio ao cenário externo mais tranquilo após as fortes e recentes turbulências diante de temores de que os juros poderiam subir mais rápido nos Estados Unidos, afetando o fluxo de capital global.
A cena política interna também continuava no radar dos mercados, com a intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro colocando em risco a votação da reforma da Previdência, que já era vista com muito ceticismo pelos investidores.
Às 10:36, o dólar recuava 0,08 por cento, a 3,2334 reais na venda, depois de subir 0,26 por cento na véspera. O dólar futuro era negociado praticamente estável.
"O dólar está operando num patamar mais acomodado, depois de ter acalmado lá fora após o pessimismo da semana passada", afirmou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Na semana passada, a moeda norte-americana chegou a saltar à casa de 3,30 reais após dados econômicos mais fortes nos Estados Unidos alimentarem percepções de que o Federal Reserve, banco central do país, poderia elevar os juros num ritmo mais forte do que o esperado. Mas esse cenário perdeu fôlego nesta semana.
No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas depois de ter atingido mais cedo o menor nível desde dezembro de 2014. Na semana, o índice caminhava para perder cerca de 2 por cento, maior declínio desde fevereiro de 2016.
Ante as moedas de países emergentes, do dólar trabalhava misto, em baixa ante a lira turca e leve alta ante os pesos chileno e mexicano.
Juros maiores tendem a atrair para a economia norte-americana recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Internamente, os investidores também estavam acompanhando as negociações sobre a votação da reforma da Previdência, agora afetada pela intervenção do governo na segurança pública do Rio de Janeiro uma vez que a Constituição veta emendas constitucionais na vigência de intervenção federal.
O governo batalhava para colocar a matéria em votação até o final deste mês, mas ainda não havia conseguido o apoio político mínimo.
"Pode não ter votação da Previdência, mas o governo já não estava muito confiante que isso aconteceria", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.
O Banco Central brasileiro fará nesta sessão novo leilão de até 9,5 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em março, no total de 6,154 bilhões de dólares.