Dólares: o cenário interno com os desdobramentos políticos também seguiam no radar dos investidores (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 10h54.
São Paulo - O dólar não deve voltar a bater recordes contra moedas de países emergentes neste ano, inclusive no Brasil, após a forte queda dos primeiros meses de 2016 em meio a dúvidas sobre o aumento dos juros nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.
Estrategistas voltaram a reduzir suas projeções para o dólar e agora preveem que a taxa de câmbio ficará abaixo de 4 reais pelos próximos 12 meses diante da expectativa sobre a conclusão do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
A mediana das projeções na pesquisa projetou o dólar a 3,90 reais nos próximos 12 meses, sobre 4,025 reais na pesquisa de abril. As projeções variaram entre 3,25 e 4,60 reais na pesquisa.
Em janeiro passado, a moeda norte-americana foi negociada ao nível recorde de 4,1655 reais no fechamento.
Para as contas mais de curto prazo, as estimativas são de que o dólar estará cotado a 3,72 reais em seis meses --contra 3,85 reais no levantamento anterior-- e a 3,50 reais em um mês.
Estrategistas também deram estimativas mais otimistas para outras moedas emergentes, como peso mexicano e lira turca .
Trinta e nove de 53 estrategistas na pesquisa afirmaram ser improvável que o dólar volte a níveis recordes contra moedas de países emergentes neste ano. Divisas como o real, o peso colombiano e o rublo russo valorizaram cerca de 10% desde o começo do ano, recuperando parte do terreno perdido ao longo de cinco anos de alta da moeda norte-americana.
O Banco Central brasileiro tem reagido à queda do dólar com leilões de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares.
A atuação tem ajudado a manter a moeda perto de 3,50 reais nos últimos dias, mas ainda há bastante incerteza sobre a reação do mercado ao provável governo de Michel Temer, que deve tomar posse na próxima semana com a suspensão do mandato de Dilma para responder ao processo de impeachment.
"O novo governo terá que provar se é capaz de estabilizar a dinâmica fiscal nos próximos anos," disse o estrategista do Barclays, em Nova York, Andres Jaime Martinez.
Matéria atualizada às 10h54