Dólar: às 10:29, e moeda americana avançava 0,03 por cento, a 3,2776 reais na venda, depois de fechar a véspera em queda de 0,35 por cento (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2017 às 10h39.
São Paulo - O dólar trabalhava com leves oscilações ante o real nesta quarta-feira, com os investidores mantendo a cautela dos últimos dias diante da cena política brasileira.
Os fatos da vez eram o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estava no seu segundo dia, e aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na noite passada, mas por um placar apertado.
Às 10:29, o dólar avançava 0,03 por cento, a 3,2776 reais na venda, depois de fechar a véspera em queda de 0,35 por cento. O dólar futuro tinha leve queda de 0,10 por cento.
"Ainda que a aprovação (da reforma trabalhista) seja um alento, o placar acirrado, além do cronograma apertado, reitera a percepção de que uma aprovação definitiva não será nada fácil", informou a corretora Coinvalores em relatório.
A CAE aprovou, por 14 votos a 11 e sem alteração, o texto da reforma trabalhista, que ainda precisará passar por outras comissões da Casa antes de seguir ao plenário.
Imerso em uma intensa crise política, o governo do presidente Temer tem mobilizado seus esforços para fazer avançar sua agenda econômica no Congresso Nacional, que inclui a reforma da Previdência, de forma a sinalizar aos agentes econômicos que ainda tem fôlego político.
Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes, entre outros, de corrupção passiva, Temer também enfrenta outro desafio na Justiça: o julgamento de sua chapa com a ex-presidente Dilma, vencedora na eleição de 2014, e que pode culminar com o seu afastamento do cargo.
O julgamento começou na noite passada e não chegou a tratar sobre um tema importante, a utilização dos depoimentos de executivos da Odebrecht, discussão agendada para esta terça-feira. O relator do processo, ministro Herman Benjamin, rejeitou os argumentos apresentados pelas defesas de Dilma e Temer de que ele não poderia tomar o depoimento de delatores da Odebrecht.
O mercado financeiro vinha trabalhando com o cenário de queda de Temer, mas com as reformas saindo do papel mesmo assim. Agora, começavam a aparecer algumas avaliações de que o presidente pode concluir o seu mandato, até o fim de 2018, o que poderia reduzir as incertezas políticas.
O Banco Central realizará nesta sessão mais um leilão de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho, de 6,939 bilhões de dólares.