Dólar: mercado não espera aumento de juros nos EUA agora, mas os investidores vão buscar pistas sobre as chances de outra alta neste ano (triocean/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 12h03.
São Paulo - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta terça-feira, com os investidores em compasso de espera pelo desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, na quarta-feira.
Às 11:57, o dólar recuava 0,05 por cento, a 3,1341 reais na venda. Na mínima, marcou 3,1255 reais e, na máxima, 3,1401 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,10 por cento.
O mercado não espera aumento de juros nos EUA agora, mas os investidores vão buscar pistas sobre as chances de outra alta neste ano e quantas podem ser esperadas em 2018.
A expectativa também é de que o Fed anuncie que começará a reduzir seu balanço patrimonial de 4,2 trilhões de dólares em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas, com a redução provavelmente começando neste ano.
"Esperamos que o Fed não tenha pressa para continuar a normalizar as taxas de juros...Os últimos dados econômicos dos EUA permitem ao Fed uma posição de esperar para ver até que sinais inflacionários mais fortes se confirmem", avaliou o banco suíço Julius Baer em nota assinada pelo economista-chefe Janwillem Acket.
No exterior, o dólar cedia ante uma cesta de moedas, mas tinha pequenas altas ante divisas emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.
Internamente, os investidores ainda aguardavam o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, do pedido feito pela defesa de Michel Temer para paralisar a tramitação da nova denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente.
Advogados do presidente pedem que a denúncia não seja encaminhada para a Câmara até que seja concluído o processo de análise da revisão da delação dos executivos da J&F.
A defesa de Temer também apresentou em separado um pedido para que o Supremo devolva a denúncia para a Procuradoria-Geral da República, o que deixaria nas mãos da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, decidir sobre modificações na denúncia apresentada por seu antecessor.
"Raquel tem um perfil mais técnico do que Janot... e sua avaliação pode filtrar a denúncia", avaliou o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, acrescentando que, sem turbulências políticas, pode haver espaço para um avanço das reformas no Congresso.
O BC vendeu integralmente a oferta de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- no leilão para rolagem do vencimento de outubro. Desta forma, até agora já foram rolados 1,8 bilhão de dólares do total de 9,975 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.