Dólar: nesta quarta-feira, a Polícia Federal prendeu o empresário Wesley Batista (Antonistock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 17h31.
São Paulo - O dólar terminou a quarta-feira com leve alta, a terceira seguida, com os investidores cautelosos com a cena política doméstica após o presidente Michel Temer ter se tornado alvo de novo inquérito e depois da prisão do presidente-executivo da JBS, Wesley Batista.
O dólar avançou 0,29 por cento, a 3,1381 reais na venda. Nestes três pregões, avançou 1,41 por cento.
Na máxima desta quarta-feira, registrou 3,1451 reais. O dólar futuro exibia elevação de cerca de 0,40 por cento.
"Por enquanto, o mercado está lateral, mas o dólar pode subir um pouco mais, dependendo do noticiário. Mas acho difícil ir acima de 3,20 reais", avaliou o gerente de Tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
Na véspera, o dólar teve sua maior alta percentual ante o real em quase um mês após o presidente Michel Temer voltar a ser alvo de inquérito, a partir da delação de executivos da J&F, sob a suspeita de que ele possa estar envolvido num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto que mudou regras portuárias.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal prendeu o empresário Wesley Batista, presidente-executivo da JBS, como parte de uma investigação sobre suspeita de que executivos do grupo se aproveitaram de informação privilegiada em decorrência dos próprios acordos de delação premiada para obter lucros milionários no mercado financeiro.
No final de semana, seu irmão, Joesley Batista, já havia sido preso, o que elevou a percepção do mercado de que o Temer pode ter força política para aprovar a reforma da Previdência.
À tarde, por unanimidade, os ministros do STF votaram a favor de manter o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à frente de investigações contra o presidente Temer. Janot tem até o próximo domingo para fazer nova denúncia contra o presidente, já que será substituído por Raquel Dodge.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, após os preços ao produtor se recuperarem em agosto e os investidores aguardarem os dados ao consumidor, na quinta-feira.
O dólar também avançava ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Na véspera, especulações sobre a rolagem de 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro --que vencem em outubro ajudaram a inflar o dólar.