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Dólar amplia alta e fecha a R$ 4,04 por cautela no exterior

Moeda dos EUA ganhou força com dados econômicos fracos da China e Alemanha

Câmbio: dólar subia fortemente nesta quarta-feira (Manit Plangklang / EyeEm/Getty Images)

Câmbio: dólar subia fortemente nesta quarta-feira (Manit Plangklang / EyeEm/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de agosto de 2019 às 09h16.

Última atualização em 14 de agosto de 2019 às 19h23.

São Paulo - O dólar subiu fortemente ante o real nesta quarta-feira, superando a marca de 4 reais, com cautela renovada no exterior em função de dados econômicos fracos vindos da China e Alemanha. Ficou para trás o otimismo da véspera após os Estados Unidos adiarem a imposição de tarifas sobre alguns produtos chineses.

A moeda avançou 1,86%, a 4,04 reais na venda.

Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,42%, a 3,9669 reais na venda.

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O dólar futuro de maior liquidez avançava por volta de 0,9% neste pregão.

Após razoável alívio na véspera, quando os Estados Unidos adiaram a imposição de tarifas sobre alguns produtos da China para 15 de dezembro, ante data inicial de 1º de setembro, a cautela voltou a prevalecer nos mercados nesta quarta-feira.

Dados divulgados pela China mostraram que a economia asiática piorou mais do que o esperado em julho, com o crescimento da produção industrial desacelerando para uma mínima de mais de 17 anos, efeito da intensificação da guerra comercial com os EUA sobre empresas e consumidores.

Entretanto, conforme pontuam investidores, os dados podem ter efeito misto. Ao mesmo tempo em que justificam uma busca por proteção, também podem gerar alguma expectativa pelo entendimento de que facilitará um acordo comercial entre EUA e China.

"Pesa na percepção do desempenho da economia global, o que - a priori - embasa movimentos de aversão ao risco. Por outro lado, 'alimenta' apostas de que Pequim terá de 'se curvar' mais a Washington nas negociações a fim de antecipar o fim do drama comercial e seus impactos", explicou a equipe da corretora H.Commcor, em nota.

Para somar ao sentimento de aversão ao risco, números vindos da Alemanha indicaram que uma queda nas exportações levou a uma contração da economia alemã no segundo trimestre, deixando-a à beira da recessão.

Pressionado pela Alemanha, maior economia do bloco, o crescimento da zona do euro também desacelerou no segundo trimestre.

"O mercado já torceu o nariz de novo, acordando o fantasma da recessão começando nos EUA, China e se alastrando pelo mundo. E o mercado correu para a proteção novamente", disse o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Internamente, avanços na pauta econômica seguem no radar de investidores, notadamente desdobramentos ligados à reforma da Previdência no Senado e à reforma tributária, que começou a tramitar na Câmara.

Senadores fecharam acordo e definiram um calendário de votação da reforma da Previdência com promulgação prevista para o dia 10 de outubro, tendo como contrapartida a discussão de ao menos sete medidas relacionadas ao chamado pacto federativo, informaram lideranças da Casa.

Já com relação à reforma tributária, o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita em comissão especial na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), indicou na véspera a intenção de unificar o projeto em questão com os textos do governo e do Senado, mas afastou a chance de um imposto sobre movimentações financeiras ser aprovado pelos parlamentares.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro de 2019.

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