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Dólar supera R$2,80 pela 1ª vez desde o fim de 2004

Às 10h40, o dólar subia 0,7 por cento, a 2,7962 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8020 reais na venda


	Às 10h40, o dólar subia 0,7 por cento, a 2,7962 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8020 reais na venda, maior nível intradia desde dezembro de 2004
 (Juan Barreto/AFP)

Às 10h40, o dólar subia 0,7 por cento, a 2,7962 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8020 reais na venda, maior nível intradia desde dezembro de 2004 (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 10h30.

São Paulo - O dólar superou 2,80 reais nesta terça-feira pela primeira vez em mais de dez anos, refletindo o estresse do mercado com a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e com a desaceleração econômica da China.

Embora parte dos fatores que vêm pressionando a divisa norte-americana nos últimos dias tenham origem nos mercados externos, a deterioração dos fundamentos macroeconômicos brasileiros, a apreensão sobre o futuro da Petrobras e fatores técnicos garantiam que a pressão cambial fosse mais intensa aqui.

Às 10h40, o dólar subia 0,7 por cento, a 2,7962 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8020 reais na venda, maior nível intradia desde dezembro de 2004. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 120 milhões de dólares.

"As moedas emergentes têm sofrido de maneira geral, mas o cenário da economia brasileira está muito deteriorado", resumiu o operador de câmbio da corretora Correparti João Paulo de Gracia Correa.

Segundo ele, a volatilidade recente do câmbio tende a provocar saída de capitais externos. "Aquele estrangeiro que entrou aqui para ganhar juros quando o dólar estava a 2,65 reais acabou perdendo dinheiro."

Nesta sessão, as preocupações com a fraqueza da economia da China, importante parceiro comercial do Brasil e referência para investidores em mercados emergentes, foram corroboradas por dados que mostraram a inflação ao consumidor chinês atingiu em janeiro o menor nível em cinco anos.

O número alimentou o mau humor dos investidores internacionais, que tem sido sustentado pelo temor de que o impasse entre a Grécia e seus credores force o país a sair da zona do euro, o que poderia enfraquecer ainda mais a economia global.

"Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório.

"Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada." No front doméstico, as crescentes expectativas de estagnação econômica e inflação de mais de 7 por cento somavam-se às preocupações com o futuro da Petrobras, após a nomeação de Aldemir Bendine como presidente-executivo da estatal.

Investidores temem que a mudança no comando da petroleira, envolvida em um escândalo bilionário de corrupção, não se traduza em melhora operacional tão cedo.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias.

Foram vendidos 600 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1,4 mil contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a 10,438 bilhões de dólares, com oferta de até 13 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 36 por cento do lote total.

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