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Dólar sobe pouco mais de 1% ante real após referendo

O dólar fechou em alta de pouco mais de 1 por cento frente ao real nesta sexta-feira após o Reino Unido votar por deixar a União Europeia


	Dólares: dólar avançou 1,05 por cento, a 3,3797 reais na venda
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Dólares: dólar avançou 1,05 por cento, a 3,3797 reais na venda (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2016 às 18h30.

São Paulo - O dólar fechou em alta de pouco mais de 1 por cento frente ao real nesta sexta-feira após o Reino Unido votar por deixar a União Europeia (UE), mas a perspectiva de estímulos de bancos centrais em todo o mundo e o otimismo cauteloso dos investidores com o Brasil limitou o avanço.

O dólar avançou 1,05 por cento, a 3,3797 reais na venda. Mesmo assim caiu 1,19 por cento na semana, quarta queda semanal consecutiva, acumulando perda de 6,41 por cento no período.

A moeda norte-americana subiu 3,15 por cento na máxima desta sessão, a 3,4500 reais, e foi a 3,3518 reais na mínima, alta de 0,22 por cento. O dólar futuro avançava cerca de 1 por cento no fim da tarde.

"O efeito 'Reino Unido' foi responsável por uma alta no dólar, mas foi muito mais fraco do que eu esperava. A boa vontade do mercado com o Brasil está em alta", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

O dólar abriu em forte alta nesta manhã após a campanha pela saída britânica da UE vencer por 51,89 por cento contra 48,11 por cento, forçando a renúncia do primeiro-ministro David Cameron.

Investidores vinham apostando que a campanha pela permanência seria vitoriosa, o que trouxe o dólar abaixo de 3,35 reais pela primeira vez em um ano na véspera.

"O mercado sangrou um pouco com o referendo e teve que desfazer parte do otimismo dos últimos dias. Mas o movimento é mais um ajuste do que um pânico generalizado", disse o economista da corretora Renascença Marcos Pessoa.

Ativos considerados portos-seguros, como ouro e títulos alemães, subiam, enquanto a libra esterlina chegou a despencar ao menor nível em 31 anos frente ao dólar. Em relação ao fechamento do real na quinta-feira, a libra caía cerca de 7 por cento.

Desde o início deste pregão, porém, analistas advertiram que a pressão sobre o câmbio tendia a ser limitada pela perspectiva de novos estímulos de bancos centrais estrangeiros e até mesmo a possibilidade de o Federal Reserve, banco central norte-americano, postergar o aumento de juros.

Em nota, o BC brasileiro destacou que está monitorando os mercados financeiros após o referendo e que, caso necessário, "adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial".

"O BC ganhou no gogó, conseguiu tranquilizar um pouco o mercado. Não vai precisar usar qualquer ferramenta, seja swap ou linha", disse o operador de um banco nacional que opera diretamente com a autoridade monetária, referindo-se aos swaps cambiais, que equivalem a compra ou venda futura de dólares.

O BC tem atuado muito pouco nos mercados cambiais nas últimas semanas, realizando apenas dois leilões de linha para rolagem desde 19 de maio.

BRASIL

O mercado brasileiro de câmbio ficou entre as reações mais contidas na América Latina, refletindo o bom humor dos investidores com a situação política brasileira.

O dólar chegou a subir mais de 7 por cento e atingir nova máxima histórica em relação ao peso mexicano, mas devolveu parte dos ganhos e subia por volta de 4 por cento nesta tarde.

Em comparação, o dólar chegou a operar perto da linha d'água em relação ao real. Operadores citaram fluxos de entrada de divisas no mercado à vista de agentes que viram nos picos da moeda norte-americana oportunidade de entrada no mercado local.

"O noticiário local tem sido relativamente favorável, com vitórias no Congresso e trégua nas denúncias contra o novo governo. Isso ajuda o real a ter desempenho melhor que seus pares", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Ele citou medidas como a negociação da dívida dos Estados com a União e planos do presidente interino Michel Temer para limitar os gastos do governo.

Texto atualizado às 18h30

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