Dólar: nos quatro pregões anteriores, a divisa havia acumulado queda de 3,16 por cento (FreeImage)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2015 às 12h56.
São Paulo - O dólar ampliava a alta e subia quase 2 por cento nesta segunda-feira, após cair nas últimas quatro sessões e fechar abaixo de 3 reais na sexta-feira, reagindo a renovadas preocupações com a crise em torno da dívida grega, apesar de a China ter cortado os juros no fim de semana.
Às 12h28, a moeda norte-americana subia 1,81 por cento, a 3,0378 reais na venda. O primeiro contrato do dólar futuro, que havia ampliado as perdas após o fechamento passado, avançava cerca de 0,6 por cento.
O dólar também avançava com força em outros mercados emergentes, mas o movimento era mais forte no Brasil após a divisa acumular queda de 3,16 por cento nos quatro pregões anteriores.
"Quando ficou claro que (o dólar) não ia se sustentar abaixo de 3 reais, muita gente voltou para comprar depois de uma queda relevante", resumiu o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Alguns operadores acreditam que o BC pode aproveitar a queda recente da moeda norte-americana para reduzir sua posição em swaps cambiais, o que limita o espaço para quedas.
Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. Ao todo, foram rolados o equivalente a 2,361 bilhões de dólares, ou cerca de 24 por cento do lote total, que corresponde a 9,656 bilhões de dólares.
"(O nível de 3 reais) está se delineando como um patamar importante e o BC pode aproveitar a queda do dólar para diminuir ainda mais a exposição" em swaps, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
Ministros das Finanças da zona do euro reúnem-se nesta segunda-feira para discutir um possível acordo que traga alívio ao aperto de liquidez pelo qual passa atualmente a Grécia.
O ministro grego, Yanis Varoufakis, já afirmou que as chances de que se chegue a um acordo agora são baixas, mas o país não atrelou o pagamento da parcela de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence na terça-feira a essa reunião.
A apreensão compensava a notícia de que, no domingo, a China cortou as taxas de juros pela terceira vez em seis meses para estimular a segunda maior economia do mundo, que deve ter seu pior ano em 25 anos.
"Embora amplamente antecipada pelos mercados, a decisão é importante para as commodities e emergentes", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes. "O contraponto no mercado cambial vem da Grécia, que tem hoje importante reunião com os credores europeus".
Texto atualizado às 12h56