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Dólar sobe e encosta em R$3,30 com cautela política

O mercado passou a sessão de olho no quarto dia do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, com expectativas de que o presidente deve sair vitorioso

Dólar: "O mercado está um pouco mais tranquilo com a perspectiva de que Temer não vai ser cassado" (leviticus/Thinkstock)

Dólar: "O mercado está um pouco mais tranquilo com a perspectiva de que Temer não vai ser cassado" (leviticus/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 9 de junho de 2017 às 17h25.

São Paulo - Após recuar até a mínima de 3,25 reais, o dólar atraiu compradores, passou a subir e encerrou a sexta-feira próximo do nível de 3,30 reais, ainda dentro da banda informal criada com a crise política que mantinha os investidores cautelosos.

O mercado passou a sessão de olho no quarto dia do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com expectativas de que o presidente deve sair vitorioso.

O dólar avançou 0,82 por cento, a 3,2921 reais na venda, depois de ter batido 3,2556 reais na mínima do dia.

Na semana, a moeda acumulou elevação de 1,15 por cento. O dólar futuro tinha alta de 0,90 por cento.

"O mercado está um pouco mais tranquilo com a perspectiva de que Temer não vai ser cassado. Mas há muitas coisas no cenário", afirmou o analista de câmbio da corretora Fair, José Roberto Carrera.

O dólar tem oscilado entre 3,25 e 3,30 reais nos últimos dias, após delações de executivos da J&F terem acertado em cheio o governo do presidente Temer, que passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crime, entre outros, de corrupção passiva.

A percepção de que o presidente não será retirado do cargo -- e, se for, poderia ser substituído por alguém que dê prosseguimento às reformas no Congresso Nacional -- vem sustentando uma certa calmaria no mercado.

Nesta sessão, as atenções estavam voltadas para o TSE, que retomou o julgamento nesta sexta-feira. Na véspera, os ministros do tribunal retiraram todas as provas relacionadas à Odebrecht da ação que pede a cassação da chapa e sinalizaram a absolvição do presidente Temer e sua permanência no cargo.

"O TSE deve dar vitória para Temer, mas semana que vem podem aparecer outras coisas. Por isso, a cautela não abandona o mercado", afirmou o operador de câmbio de uma corretora nacional ao citar, entre outros, a possibilidade de o PSDB deixar na base do governo.

Até o fechamento do mercado cambial, o placar do julgamento estava empatado em 1 a 1, com os votos do relator Herman Benjamin a favor da cassação e do ministro Napoleão Nunes Maia pela absolvição.

Mesmo com a vitória, analistas ouvidos pela Reuters avaliam que há vários riscos à permanência de Temer no cargo e é improvável que ele reconquiste as condições anteriores à delação do empresário do grupo J&F que o atingiram e criaram a atual crise.

Ao longo da tarde, a cautela foi predominando nos negócios e a moeda aprofundou a alta ante o real.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 1,640 bilhão de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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