Dólar: o dólar futuro tinha alta de cerca de 0,05 por cento (iStock/Getty Images)
Reuters
Publicado em 23 de outubro de 2017 às 10h24.
São Paulo - O dólar subia nesta segunda-feira, aproximando-se ainda mais do patamar de 3,20 reais, com cautela antes da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados e com expectativas sobre a possibilidade de novas altas de juros nos Estados Unidos.
Às 10:13, o dólar avançava 0,16 por cento, a 3,1945 reais na venda, depois de bater 3,1986 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,05 por cento.
"A expectativa é que o governo ganhe, mas a votação vai determinar o viés do mercado. Se o placar for ruim, haverá viés pessimista, pois ficará mais difícil aprovar a reforma da Previdência e essa é a última chance, caso contrário ficará para o próximo governo", disse o operador da corretora H. Commcor, Cleber Alessie Machado.
Na quarta-feira, os deputados votam em plenário a segunda denúncia contra Temer, dessa vez por obstrução de Justiça e formação de quadrilha. Os investidores acompanham atentos esse processo diante de dúvidas sobre qual o capital político que o governo terá para dar continuidade às reformas no futuro próximo, sobretudo à da Previdência.
O próprio Planalto trabalhava com a possibilidade concreta de ter votação menor em plenário na segunda denúncia, algo entre 240 e 250 votos. Na primeira votação, foram 263 votos favoráveis.
No exterior, a atenção estava voltada para a sucessão do Federal Reserve, banco central norte-americano. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que em breve fará sua escolha sobre quem vai liderar o Fed e ainda avaliava pelo menos três pessoas: o diretor do Fed Jerome Powell, o economista da Universidade de Stanford John Taylor e a atual chair do Fed, Janet Yellen.
Taylor defende uma política monetária mais rígida, o que tem deixado os mercados em alerta para eventual alta nos juros além do esperado. Mais juros tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Lá fora, o dólar subia frente a uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano.