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Dólar sobe após Temer demonstrar preocupação com câmbio

O avanço era contido, porém, por expectativas de ingressos de recursos no Brasil e por apostas de que os juros norte-americanos não devem subir


	Dólar: às 11:15, o dólar avançava 0,58 por cento, a 3,1581 reais na venda, após subir 0,25 por cento na véspera
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: às 11:15, o dólar avançava 0,58 por cento, a 3,1581 reais na venda, após subir 0,25 por cento na véspera (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 11h25.

São Paulo - O dólar subia pela segunda sessão consecutiva e era negociado no patamar de 3,15 reais nesta sexta-feira, após o Banco Central manter o ritmo mais intenso de intervenções no câmbio e o presidente interino Michel Temer demonstrar preocupação com a queda recente da moeda norte-americana.

O avanço era contido, porém, por expectativas de ingressos de recursos no Brasil e por apostas de que os juros norte-americanos não devem subir tão cedo após dados fracos nos Estados Unidos.

Às 11:15, o dólar avançava 0,58 por cento, a 3,1581 reais na venda, após subir 0,25 por cento na véspera. A moeda norte-americana havia recuado nas sete sessões anteriores, atingindo novas mínimas em mais de um ano.

O dólar futuro subia 0,33 por cento nesta manhã.

"A fala de Temer adicionou algum ruído ao mercado e deve deixar o dólar um pouco mais pressionado, pelo menos até que os fluxos de capital (para o Brasil) comecem a se materializar", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Temer afirmou que é preciso "manter um certo equilíbrio no câmbio" e ressaltou que figuras do setor corporativo discutiram o recuo recente da moeda norte-americana com ele.

"Nem pode ter o dólar num patamar elevado, nem um dólar derretido", disse.

Cotações baixas do dólar tendem a prejudicar a indústria ao encarecer exportações, enquanto cotações altas elevam os preços de insumos importados e podem contaminar a inflação.

As declarações vieram após o BC intensificar sua intervenção no câmbio na véspera, vendendo 15 mil swaps reversos --que equivalem a compra futura de dólares-- em vez dos costumeiros 10 mil, e manteve esse ritmo nesta manhã.

Nesta manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a instituição utilizará com parcimônia seus instrumentos cambiais e reiterou o compromisso com o câmbio flutuante.

"Houve uma 'intervenção verbal' da parte do Temer, que deve ser suficiente para segurar o dólar acima de 3,10 reais por algum tempo", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Ainda assim, investidores continuavam no aguardo de fluxos de recursos no Brasil relacionados a operações corporativas recentes e ao renovado interesse em ativos brasileiros.

Muitos esperam, porém, que esse movimento só ganhe força após a confirmação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que deve acontecer no fim deste mês.

Além disso, expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não volte a elevar os juros neste ano após uma série de dados mistos sobre a economia norte-americana davam suporte a ativos emergentes, que oferecem rendimentos elevados.

Nesta manhã, dados fracos sobre vendas no varejo e preços ao produtor levaram operadores a reduzirem ainda mais suas apostas em aumentos de juros nos EUA em 2016. 

Texto atualizado às 11h25

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