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Dólar sobe apesar da divulgação da Reforma da Previdência

Moeda avançou 0,33% a R$ 3,72 depois que Ministério da Economia entregou proposta ao Congresso em momento conturbado do governo

Previdência: Texto com reforma foi entregue pelo presidente para o deputado Rodrigo Maia (Luis Macedo/Lower House of Congress/Reuters)

Previdência: Texto com reforma foi entregue pelo presidente para o deputado Rodrigo Maia (Luis Macedo/Lower House of Congress/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 17h17.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 18h04.

O dólar fechou com leve alta ante o real em sessão volátil nesta quarta-feira, quando o governo apresentou detalhes sobre a proposta de reforma da Previdência entregue ao Congresso, em momento conturbado para o Planalto.

O dólar avançou 0,33 por cento, a 3,7280 reais na venda, após tocar 3,7349 reais na máxima do pregão e 3,6915 reais na mínima.

O dólar futuro subia cerca de 0,3 por cento.

Na avaliação de alguns investidores, o mercado já havia precificado boa parte do sentimento em torno da Previdência, o que somou ao pano de fundo político, que inspira cautela entre participantes do mercado.

A proposta prevê forte endurecimento na concessão de benefícios assistenciais e aumento na alíquota de contribuição previdenciária por diferentes faixas salariais, de olho numa economia de 1,072 trilhão de reais em 10 anos.

"O texto não apresentou novidades suficientemente fortes que pudessem se sobrepor à preocupação dos agentes com a falta de articulação política no governo", afirmou o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.

Um dos pontos negativos da proposta citados foi o governo não ter incluído os militares já de imediato no projeto. O governo afirmou que enviará a medida ao Congresso em 30 dias, elevando o tempo de contribuição e de alíquotas.

Lideranças de partidos disseram que a decisão do governo, pode prejudicar a tramitação da proposta de emenda à Constituição, já apresentada.

O mercado teme que o momento político do Planalto, ainda sob influência da crise envolvendo o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

Na véspera, o governo sofreu sua primeira derrota na Câmara após parlamentares barrarem por larga margem o decreto que ampliava o escopo de pessoas que poderiam determinar sigilo sobre dados e informações do governo.

"Em uma segunda leitura, há uma percepção clara de fragilidade nas articulações políticas do governo no Congresso, e um exemplo disso foi a derrubada do decreto sobre a Lei da Transparência na terça-feira", afirmou o analista.

Às 16h, o Federal Reserve divulgou a ata da última política de reunião monetária, quando o banco central norte-americano surpreendeu mercados ao sinalizar uma postura mais moderada e "paciente" com relação a novas altas de juros.

O comunicado, no entanto, mostrou que há incerteza entre membros do Fed sobre aumentar juros neste ano. A sinalização ajudou o dólar a se valorizar.

O BC vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 7,231 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.

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