Dólar: o dólar futuro subia 0,50 por cento (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 6 de outubro de 2017 às 11h28.
São Paulo - O dólar firmou alta ante o real nesta sexta-feira, acompanhando a trajetória da moeda no exterior, depois que o relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos trouxe redução da taxa de desemprego e avanço da renda média em setembro, embora tenha registrado o fechamento de vagas, contrariando as previsões.
Às 11:14, o dólar avançava 0,56 por cento, a 3,1701 reais na venda, depois de subir a 3,1524 reais na véspera. O dólar futuro subia 0,50 por cento.
"O furacão destruiu vagas nos estados por onde passou, mas a economia no geral parece estar indo muito bem. Assim, restam poucas dúvidas sobre a terceira alta dos juros deste ano em dezembro", justificou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Os juros futuros passaram a precificar 93 por cento de chances de uma alta de juros no encontro de 12 e 13 de dezembro, ante 83 por cento antes dos dados.
No mês passado, em razão dos furacões Irma e Harvey, os Estados Unidos fecharam vagas pela primeira vez em sete anos, 33 mil no total. Mas os dados de agosto foram revisados para cima. Além disso, a taxa de desemprego, menos influenciada por esses fatores climáticos, caiu para 4,2 por cento, a menor desde fevereiro de 2001. E o salário médio por hora cresceu 0,5 por cento em setembro.
"A queda na taxa de desemprego pode persistir...para mais perto de 4 por cento por algum tempo", escreveu o economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics, Paul Ashworth.
Após os números, o dólar saltou para a máxima em mais de dois meses contra o iene e para o maior nível em sete semanas contra o euro, subindo ante a cesta de moedas.
O dólar também operava em alta ante divisas de emergentes, como o rand sul-africano, o peso chileno e a lira turca.
Internamente, o cenário político continuava como pano de fundo, com os investidores ainda monitorando o andamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
Na véspera, ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a tomar o depoimento do presidente no caso um decreto deste ano que mudou regras do sistema portuário.