Dólar: moeda futura tinha alta de cerca de 0,55 por cento (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de agosto de 2018 às 17h03.
Última atualização em 6 de agosto de 2018 às 17h06.
São Paulo - O dólar terminou a segunda-feira em alta ante o real, acompanhando a pela trajetória da moeda norte-americana no exterior em meio a mais temores com a guerra comercial global, e deixando em segundo plano o maior otimismo com a cena política local que predominou na abertura dos negócios.
O dólar avançou 0,64 por cento, a 3,7307 reais na venda, depois de cair 1,32 por cento na última sessão. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,55 por cento.
"A pesquisa Ibope garantiu uma abertura (dos negócios) em baixa. Mas... com o exterior subindo, o mercado aproveitou os preços atrativos e se posicionou", afirmou o diretor-superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Logo nos primeiro minutos deste pregão, o dólar chegou a cair para 3,6908 reais, na mínima do dia e atraindo compradores. Na máxima, bateu em 3,7337 reais.
Os investidores respiraram aliviados após pesquisa Ibope realizada apenas no Estado de São Paulo mostrar que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, passou à frente do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na preferência dos eleitores paulistas na disputa pelo Palácio do Planalto, mas os dois seguiam em empate técnico.
Alckmin é visto pelos mercados como um político mais comprometido com reformas e ajustes fiscais. O tucano conseguiu o apoio dos partidos do blocão e escolheu a senadora Ana Amélia (PP-RS) como sua candidata a vice, nome que também agrada aos investidores.
A cena política eleitoral no Brasil ganhou contornos mais definidos neste fim de semana, quando acabou o prazo para os partidos fecharem suas coligações.
Bolsonaro escolheu o general Hamilton Mourão seu vice na disputa à Presidência da República, enquanto que a Executiva Nacional do PT definiu o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas apontou a até então candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila, como futura vice a partir do momento em que a situação jurídica de Lula se resolver.
No exterior, o sentimento era de cautela, com o dólar subindo frente a uma cesta de moedas fortes em meio à retórica de guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais.
A moeda norte-americana também avançava ante divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 960 milhões de dólares do total que vence em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.