Dólar: às 9h06, a moeda ganhava 0,25%, a 2,2920 reais na venda, após subir 0,91% na véspera (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 12h59.
São Paulo - O dólar subia e flertava com o patamar de 2,30 reais nesta quarta-feira, com investidores se protegendo da possibilidade de pesquisa Datafolha confirmar um menor ímpeto da candidata à Presidência Marina Silva (PSB) contra a atual presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida eleitoral.
O movimento também refletia a apreciação da moeda norte-americana nos mercados internacionais, ainda reagindo a apostas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, pode dar início ao processo de alta do juro mais cedo do que se esperava.
Às 12h28, a divisa dos Estados Unidos subia 0,47 por cento, a 2,2970 reais na venda, após chegar a 2,3015 reais na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 315 milhões de dólares.
"O cenário eleitoral e o ajuste nas apostas do mercado em relação ao Fed tendem a fazer o dólar se aproximar de 2,30 reais e possivelmente romper essa resistência", afirmou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
No mês passado, o dólar firmou-se em clara trajetória de queda sobre o real, diante de pesquisas sinalizando menores chances de reeleição de Dilma, que tem sido criticada por agentes econômicos.
O movimento de baixa do dólar se inverteu nas últimas sessões, após pesquisas eleitorais mostrarem menor diferença em um eventual segundo turno entre a presidente e Marina, cujo discurso ortodoxo tem agradado o mercado.
Nesta manhã, pesquisa Vox Populi mostrou Marina com 42 por cento contra 41 por cento de Dilma em um eventual segundo turno.
A expectativa agora é pelos números da sondagem Datafolha sobre a corrida presidencial que devem ser divulgados nesta noite.
Além das incertezas na política que pesam sobre os negócios de câmbio, a moeda dos EUA ganhou um impulso vindo do exterior nesta semana. O Fed de San Francisco divulgou pesquisa mostrando que investidores esperam um aperto monetário mais lento do que autoridades do banco central norte-americano. Juro maior nos EUA tende a atrair recursos hoje aplicados em países como o Brasil.
Agora, investidores aguardam para ver a reação do Banco Central brasileiro à escalada do dólar, que pode pressionar a inflação doméstica.
"Será que BC vai entrar? Com certeza o mercado vai testar para ver se isso acontece", disse o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram 500 contratos para 1º de junho e 3,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,5 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta total de até 6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de outubro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 13 por cento do lote total, equivalente a 6,677 bilhões de dólares.
Atualizado às 12h59