Dólar sobe ante o real à espera de Fed (Dado Ruvic/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de março de 2018 às 10h27.
Última atualização em 20 de março de 2018 às 12h05.
São Paulo - O dólar subia e ia ao patamar de 4,40 reais nesta terça-feira, com os investidores à espera da decisão do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, sobre as taxas de juros e os passos seguintes da sua política monetária.
Às 11:52, o dólar avançava 0,51 por cento, a 3,3013 reais na venda, depois de subir 0,17 por cento na véspera. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
"(A reunião leva) os investidores a evitarem qualquer esboço de busca por risco enquanto o resultado não é conhecido", escreveu a corretora H.Commcor em relatório.
O mercado dá como certo o primeiro aumento dos juros nos Estados Unidos no dia seguinte e a questão é saber se esse será o primeiro de um total de três altas, como por enquanto prevê o próprio Fed, ou se haverá indicações de que o ritmo será mais forte.
Recente pesquisa Reuters mostrou que o Fed elevará os juros nesta semana, disseram todos os 104 economistas ouvidos entre 5 e 13 de março, com mais três altas esperadas para este ano, impulsionadas pelo sólido mercado de trabalho. No levantamento feito há algumas semanas, as projeções eram de três altas neste ano
Taxas mais altas na maior economia do mundo podem atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, mas operava misto ante as divisas de países emergentes, em alta ante o peso mexicano e baixa sobre o rand sul-africano.
Internamente, a cautela também vinha com a cena política, com maiores pressões sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para que volte a julgar a execução da pena após encerrados os recursos na segunda instância.
Para o mercado, se mudar esse entendimento, reduz a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser preso e, assim, não concorrer à Presidência neste ano. Lula foi condenado em segunda instância e, agora, espera o resultado dos recursos.
O ex-presidente é visto pelos mercados como um político menos comprometido com o ajuste fiscal, considerado importante para colocar as contas públicas em ordem.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão novo leilão de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em abril e somam 9,029 bilhões de dólares.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.